Angola, nomeadamente Luanda, continua a ser uma terra de oportunidades. Quem, como eu, aqui chega pela primeira vez, sem o peso de quaisquer memórias nostálgicas, sente que este jovem país, de enormes riquezas, está a viver um momento de transição e a ensaiar mais velocidade numa economia de mercado.

Considerada uma potência emergente em África, com sérias possibilidades de se transformar numa das próximas locomotivas económicas deste Continente, Angola relança, neste ano chave de 2010, o sector imobiliário, reconhecendo-lhe méritos indispensáveis a um desenvolvimento, sustentado como o que qualquer país persegue.

O primeiro Salão Imobiliário de Angola (SIMA 2010), marcado positiva e simbolicamente pela cerimónia de constituição da Confederação do Imobiliário dos Países de Língua Portuguesa  (CIMLOP), ficará, também como um marco para o sector imobiliário de Angola, implicitamente apresentado como um dos esteios de uma economia de mercado, desejavelmente limpa de especulações tóxicas.

A história do crescimento de muitas das economias pujantes passou – como se sabe – pela acesso generalizado da classe média à propriedade da casa que habita, num processo de reconhecimento, não apenas do direito à habitação, mas também, do acesso a casa própria, um dos traços dominantes nas economias de mercado saídas da II Grande Guerra.

Não será descabido lembrar que, para muitos sociólogos, a Democracia norte-americana consolidou-se, em força, no século XX, precisamente pelo acesso à propriedade da casa. São sinais deste género que mostram Angola como uma terra de novas oportunidades, sinais que devemos olhar e ver para crer.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 12 de Maio de 2010 no Diário Económico

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