O mercado imobiliário português apresenta-se com um imenso potencial de crescimento, por via da credibilização dos seus ativos, do interesse dos investidores estrangeiros e das oportunidades que se abrem nos diferentes segmentos, desde a reabilitação urbana, passando pelo arrendamento urbano e pelo turismo residencial.
Este crescimento, fez-se através da adequação do mercado aos novos tempos. Neste aspeto, os profissionais portugueses estão de parabéns por terem apostado na profissionalização dos agentes, que permitiu enfrentar os novos paradigmas que surgiram durante a crise e que mostraram diferenciação através da qualidade, que se traduziu num número cada vez maior de transações realizadas através de mediadoras.
Mas ainda existe um mercado paralelo que deve ser combatido e fiscalizado em prol da defesa do consumidor. E isso, far-se-á pela separação natural dos mediadores que prestam um serviço de qualidade.
Os mediadores imobiliários são agora responsáveis por uma importante fatia do PIB nacional, o que acarreta alguma responsabilidade. No início do deste ano, a APEMIP lançou um inquérito junto das empresas de mediação, no qual cerca de 90% reconheceram que a APEMIP reúne as condições necessárias para assumir estas responsabilidade, em prol da melhoria das condições da classe, do mercado imobiliário e da qualidade do serviço prestado aos consumidores.
Mais do que nunca é imperativo defender o sector, e a APEMIP está preparada para, em parceria com o Estado, fazer parte de uma solução que estimule e desenvolva um imobiliário mais fidedigno, transparente e que beneficie a sociedade que também exige isso de nós.
Sendo a atividade de mediação imobiliária um dos principais pilares da atividade económica nacional, a reputação é um dos seus pilares, não podendo a credibilidade desta fileira ser posta em causa por eventuais novos modelos e agentes impreparados, que descuram a qualidade do serviço prestado e a proteção do consumidor.
Por isso, durante o Salão Imobiliário que Portugal, foi assinado um Memorando de Entendimento do Conselho Estratégico da APEMIP, um organismo que integra alguns dos mais importantes conhecedores do mercado imobiliário nacional, entre os quais Paulo Morgado da Era, Manuel Alvarez, da Remax, Ricardo Sousa da Century 21, Reinaldo Teixeira da Garvetur, Eric Van Leuven da Cushman & Wakefield e Fernando Sapinho da Portugal Sotherby’s International Realty, com o objetivo de apoiar e criar uma mediação imobiliária cada vez mais forte, transparente e credível.
Para isso, a APEMIP tem clara noção de que deve continuar a reunir as condições necessárias para alcançar a autorregulação do mercado, um processo que deverá ser feito passo a passo, começando pela delegação de poderes que nos permitam a verificação e supervisionamento das regras do mercado, através das quais se dificultará o surgimento e proliferação de quem promova a concorrência desleal e da desproteção do consumidor.
E para isso, contamos com o contributo de todas as empresas. A união faz a força, mas exige a intervenção de todos para que possamos delinear estratégias mais robustas para promover o futuro da nossa classe e do nosso sector.
Luís Lima
Presidente da APEMIP
Publicado no dia 25 de outubro de 2017 no Público