Há, na programação da Antena 1 da RDP, uma rubrica que vai para o ar, de segunda a sexta-feira, às 18,55 horas, com repetições noutros horários, que expressamente renuncia ao lamento e ao fatalismo e que dá voz a quem “perante um problema, arregaçou as mangas, lutou e venceu”.

Com cinco histórias distintas para um tema por semana, o “Nós, vencedores” é uma conversa com quem venceu a crise, com quem venceu uma doença, com quem ultrapassou um vício e é um testemunho prestado por quem soube dar a volta ao destino e foi capaz de escrever “o seu próprio final feliz”, para utilizar uma expressão da sinopse desta rubrica.

Esta rubrica devia ser de audição obrigatória nestes tempos de desânimo. É que mesmo a passar todos os dias úteis, com repetições, o tempo de antena que já garantiu é claramente insuficiente para contagiar todos no sentido de enfrentar os difíceis desafios que a presente situação nos coloca. 

Na minha perspetiva, projetos como este programa de rádio trazem consigo o intuito de dar um assopro de motivação e confiança aos que passam por situações menos amenas, e que, muitas vezes, conseguem ver as suas próprias vidas reproduzidas nas palavras de outros, outros que conseguiram enfrentar as adversidades que muitas vezes se colocam, e que por isso se tornam modelos de contágio positivo pela forma como geram uma real vontade de “arregaçar as mangas”.

Conquistar e consolidar públicos é uma tarefa lenta, embora o contrário possa ser rápido. O mesmo acontece em matéria de confiança no nosso futuro. Há pouca gente a apostar no otimismo, na esperança, na perseverança e isso é mau para a nossa necessária recuperação económica, uma tarefa verdadeiramente não negociável.

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt 

Publicado no dia 26 de março de 2012 no Jornal i

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