No verso e no reverso de um mundo dividido, onde o último grande choque (seja ele qual for) continua a fazer réplicas, bem patentes nas crises políticas e sociais que atingem alguns países árabes, desde a recente “Revolução de Jasmim” da Tunísia, alguns turistas viciados no Mediterrâneo procuram outras latitudes.

Está na hora de dizer a estas centenas de milhares de turistas órfãos, que habitualmente demandam aqueles destinos, que há novos países de acolhimento, com ofertas de inesperada qualidade, como poderá e deverá ser o nosso país que os Fenícios incluíam no Mare Nostrum, ao dizerem que Mértola era o último porto do Mediterrâneo, o que transformava o Guadiana num braço desse mar berço de civilizações.

A promoção externa e interna da qualidade dos destinos turísticos que possamos oferecer, implica um esforço permanente, como o alcançado no recente período da Páscoa, com frutos positivos numa região, como a do Algarve, região muito preocupada em inverter as tendências para a redução das chamadas épocas turísticas, na reinvenção da própria oferta.

Sem nunca ceder – como sempre digo -, às exigências de qualidade que qualquer oferta turística deve perseguir se não pretender ser apenas uma oferta temporária, nem também às exigências de práticas comerciais transparentes, características indispensáveis em qualquer projecto ganhador de imobiliário turístico.

Às vezes, muitas vezes, quem ganha uma guerra não ganha uma paz. Pior ainda, às vezes quem ganha uma guerra adia a paz. Entendendo-se por paz, não exclusivamente a ausência de guerra ou a ausência de conflitos de maior ou menor intensidade, para usar a linguagem eufemística das relações internacionais.

O conceito de paz, tal como o entendemos, implica a existência de crescimento com desenvolvimento e, por inerência, que a riqueza criada seja distribuída de acordo com critérios justos e equilibrados, critérios que devem ter sempre em conta a necessidade que as sociedades têm de procurar oferecer oportunidades de trabalho digno ao maior número possível de pessoas.

É nesta guerra pelo crescimento com desenvolvimento que devemos estar empenhados, em todas as frentes e a espreitar todas as oportunidades, como as que se abrem ao turismo português, nomeadamente a Sul, o que implica que, da nossa parte, nomeadamente no que toca à promoção do nosso país como destino, não possamos simplesmente ficar à espera que nos descubram.

Luís Carvalho Lima
Presidente da APEMIP

Publicado dia 13 de Maio de 2011 no Sol

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