Na profusão de soluções para a resolução da atual crise da Zona Euro, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, num texto chamado “roteiro para corrigir as falhas estruturais da zona euro e garantir a sobrevivência do euro” , defende a criação de uma “capacidade orçamental” para a região vocacionada, por exemplo, para pagar subsídios de desemprego dos países em crise.

Este plano, tornado público num jornal espanhol, país onde uma em cada quatro pessoas está no desemprego, contará com o apoio de políticos europeus como Mario Draghi, Jean-Claude Juncker e Durão Barroso. O fundo preconizado poderá funcionar como complemento ou mesmo como substituto dos sistemas nacionais que asseguram subsídios aos desempregados, com eventuais limitações no tempo e sazonalidade do desemprego.

Esta proposta parece tentar conciliar a recusa alemã relativamente à emissão das chamadas “eurobonds”, num esforço de equilíbrio diplomático que não melindre a França e, em parte, também a Comissão Europeia que defendia aquela receita sempre repudiada pela Senhora Merkel, internamente muito reforçada, o que faz com que a Europa tenha de admitir a sua influência por muito mais tempo.

Independentemente de todos estes jogos, em Portugal, em Espanha, na França, na Itália, na Grécia e por aí fora, países onde, com maior ou menor intensidade, o desemprego existe e cresce, de forma ainda mais preocupante entre jovens, o importante, queiram ou não queiram a senhora e os senhores mais importantes da Europa, é que se adopte uma agenda de crescimento que faça diminuir o desemprego pela criação de emprego.

Luís Lima

Presidente da APEMIP e Presidente da CIMLOP

Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa

luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 15 de dezembro de 2012 no Expresso

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