Se fizermos, logo que tal seja possível, um gráfico de barras, com os dinheiros entrados em Portugal, nos anos de 2013 e 2014, no âmbito dos investimentos diretos que dão direito à concessão de vistos gold, é muito provável que a barra correspondente ao presente ano seja três vezes maior do que a de 2013.

Em 2013, entraram por esta via em Portugal 307 milhões de euros, um investimento que justificou a concessão de quase meio milhar de autorizações de residência, números amplamente superados só no primeiro semestre do corrente ano.

Paralelamente e segundo dados oficiais estão em apreciação, ao abrigo deste programa de Autorizações de Residência para Investimento (ARI), 882 novos processos que farão disparar para valores que muito provavelmente ultrapassarão os mil milhões de euros, o total de investimentos conseguidos em 2014.

O conhecido programa dos vistos ‘gold’ foi lançado em Outubro de 2012 para angariar investimento estrangeiro, na linha de outros programas em vigor nos Estados Unidos da América e, como se sabe, em países da União Europeia. Entre nós, e graças à solidez do nosso imobiliário, a compra de residências, com valor mínimo de 500 mil euros, tem sido a principal via deste programa.

Alegra-me registar que as minhas previsões quanto a esta matéria, várias vezes tornadas públicas e várias vezes contra muita opinião contrária, estavam, felizmente, certas, confirmando o que também há muito venho dizendo, ou seja, que o imobiliário português continua a ser um refúgio muito seguro para muitos investidores.

Ignorando aqueles que pouco davam pela eficácia deste programa, preferindo, pela utilização de argumentos destrutivos, denegri-lo e desvalorizá-lo, dando de barato esse nacional pessimismo, quero sublinhar, em contra ciclo, que importa ter os pés bem assentes na terra e continuar a pensar que a situação está longe de ser a que todos nós desejamos.

Estamos no bom caminho, o imobiliário português está no bom caminho para voltar a ter uma palavra ativa na recuperação da nossa Economia, desde que tenhamos a consciência de que o caminho faz-se caminhando e ainda há muito e difícil caminho pela frente para caminhar. A precisar de outros mais mil milhões.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com 

Publicado no dia 14 de julho de 2014 no Diário Económico

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