Optar por comprar casa, em vez de arrendar, é uma opção mais interessante a longo prazo. Quem o diz são os analistas da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), em estudo recente que contradiz um outro realizado em 2007.
Há três anos, a DECO considerava que a opção do arrendamento era mais barata do que a opção de compra, mas hoje, com a natural subida das rendas, face ao aumento da procura e à escassa oferta deste mercado, a compra voltou a ser a solução mais desejável.
Uma solução que ganha ainda mais força quando existem poupanças ou uma boa relação com o banco a escolher, para obter o crédito necessário à aquisição. Em muitos casos – reconhece a DECO – o valor da renda é já superior ao valor da prestação do crédito”.
Conjugando esta realidade com algum reajustamento de preços de imóveis, provocados artificialmente ou não, pelo momento de aperto que se vive, ter casa própria é mais barato do que arrendar. A DECO vai mais longe e diz que, ao fim de 30 anos, quem comprou uma casa poderá poupar entre 70 mil e 107 mil euros, comparativamente à solução do arrendamento.
Isto, sem esquecer – é bom sublinhar – que ninguém sonha ser inquilino e todos, ou quase todos, gostam de ser proprietários, pelo menos da casa onde vivem, pois ser proprietário de imóveis como opção de investimento é uma outra conversa inacabada.
Isto, também sem esquecer que no fim do contrato de crédito para habitação, a casa passa para a propriedade do comprador., com todas as liberdades inerentes aos direitos dos proprietários e ainda com a opção de a poder colocar no mercado, de arrendamento ou de venda, neste último caso, não raras vezes com ganhos face ao preço de compra.
Em defesa das duas opções há, como sempre houve, diversos argumentos. Há momentos em que a hipótese da compra não pode colocar-se, e neste caso, resta a solução do arrendamento, mas, também há a possibilidade da compra poder ser uma alternativa muito vantajosa relativamente ao arrendamento, mesmo quando se pretende uma casa para um período limitado de tempo.
Mas, por mais rendas que alguém pague, o arrendatário nunca será proprietário do imóvel. Mudam-se os tempos, nomeadamente no que toca ao acesso ao crédito, mudam-se até as vontades, mas comprar casa volta a “estar a dar”.
Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP
Publicado dia 8 de Outubro de 2010 no Sol