O que já retenho da visita de Estado do Professor Cavaco Silva a Angola, visita que ainda decorre na hora em que escrevo esta reflexão, é a defesa do património comum que é a Língua Portuguesa, uma defesa claramente assumida no discurso que o Presidente português proferiu na Universidade Agostinho Neto.

“O ensino do Português na promoção da mobilidade social e no combate às desigualdades é um dado incontroverso, a que, porventura, nem sempre atribuímos no passado, o devido relevo”, lembrou o Professor Cavaco Silva, acrescentando que “a projecção do português e o reconhecimento do seu papel no mundo contemporâneo é uma tarefa em que nos devemos empenhar conjuntamente”.

Reafirmando em Luanda o empenho na defesa deste património comum, património tão importante para o Mundo que já justifica, há muito, que o Português seja uma das línguas oficiais das Nações Unidas, como o Presidente também sublinhou no discurso citado, o Professor Cavaco Silva, que também falou na Universidade Agostinho Neto, como professor universitário, manifestou-se convicto de que a comunidade lusófona “saberá “preservar esse património que a história nos legou, e, fazer dele, no futuro, um instrumento de desenvolvimento dos nossos povos”. 

Modéstia à parte, é também este denominador comum que une os empresários da Fileira da Construção e do Imobiliário, que estão a dinamizar e a consolidar a Confederação do Imobiliário de Língua Portuguesa (CIMLOP), juridicamente constituída em Angola, em Maio último, para aproveitar nesta área de negócios, as sinergias que a lusofonia pode oferecer e oferece.

Não querendo ir muito além do que me permite este espaço, quero sublinhar que a comovente e até emocionante recepção que as autoridades e o povo angolanos proporcionaram ao Presidente português, recepção que nos foi dada a conhecer pelos media, consagra o relacionamento que o professor Cavaco Silva sempre demonstrou relativamente a Angola, desde os tempos em foi primeiro-ministro de Portugal, nomeadamente durante as negociações para a paz, processo em que, aliás, também colaborou como mediador.

Por último, e resistindo à tentação das analogias fáceis, sendo, como sou mediador imobiliário, direi que a mediação acertada é a que respeita todas as partes, a que inclui em vez de excluir, num quadro de diplomacias serenas que se cimentam e projectam muito melhor e com melhores resultados quando podem expressar-se, como é o caso, nesta nossa mesma língua.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 30 de Julho de 2010 no Sol

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