O Salão Imobiliário de Portugal (SIL) , o salão de referência do imobiliário português, agora o único que se realiza em Portugal, tem vindo a marcar a agenda do sector, sendo também um dos momentos de excelência para promover uma reflexão cruzada de vários olhares e saberes sobre as potencialidades do nosso património construído.
A riqueza que o nosso património construído constitui, grande parte do qual integra o sector imobiliário, é cada vez mais parte integrante da solução que todos procuramos, insistentemente, para superar os problemas que as turbulências financeiras lançaram sobre Portugal, a Europa e o Mundo.
Bastaria este contributo de reflexão, que um Salão como o SIL oferece, em regra de forma serena e lúcida, para que o sector imobiliário veja consolidar-se ainda mais o reconhecimento do próprio sector como um dos pilares fundamentais para uma agenda de crescimento e desenvolvimento do nosso país.
Uma das linhas de força das mais recentes edições do SIL é a que aposta na captação de investimento estrangeiro para o imobiliário português. O nosso imobiliário, que não sofreu as vicissitudes inerentes às bolhas imobiliárias, como sofreram outros mercados, é refúgio seguro para investimentos que se sentem órfãos desde que rebentou a crise e se viu quão frágeis e voláteis eram outros investimentos.
Claro que esta nova estratégia para o imobiliário português não se consolida nem se afirma de um dia para o outro. É preciso um trabalho continuado e sério que passa, por exemplo, pela promoção séria da nossa riqueza imobiliária além fronteiras. Recordo que este sempre foi um dos meus objectivos, ainda antes de assumir a presidência da Comissão Estratégica do SIL em 2013, cargo que reassumi este ano.
O sucesso do SIL 2013, onde a presença de investidores chineses foi a grande marca, e o projetado sucesso da presente edição de 2014, com uma forte presença de investidores brasileiros, a par de investidores árabes, nomeadamente do Dubai, de investidores chineses, angolanos e franceses prova a mais-valia deste caminho da internacionalização do nosso imobiliário.
Quando o nosso imobiliário é apresentado no estrangeiro com rigor e não sob uma capa oportunista de uma desvalorização injusta e injustificável, torna-se um destino seguro e apetecível para muitos investidores. Principalmente quando as nossas principais cidades projetam reabilitações urbanas em diálogo com projetos de turismo residencial que muito agradam aos investidores com visão a longo prazo.
Neste caminho do sector imobiliário para a sua própria reafirmação como um dos pilares do crescimento e do desenvolvimento que a Economia portuguesa requer, uma das falhas ainda muito sentida é a ausência de apoios institucionais para a promoção internacional do nosso imobiliário com potencial de atração de capitais estrangeiros. Sem eles é difícil combater, por exemplo, a concorrência de Miami, que se esforça a “vender” pelo Mundo o imobiliário estadunidense da Florida.
É este, e cada vez mais, o nosso campeonato – a primeira Liga do Imobiliário. Um campeonato que também se joga num salão como o SIL 2014.
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com
Publicado no dia 6 de Outubro de 2014 no Jornal i