A frase “compraria um carro usado a este homem?” utilizada em 1960 na campanha de John Kennedy para denegrir a imagem de Richard Nixon – o grande derrotado dessas presidenciais dos EUA – não funciona sempre tão bem como funcionou nessas disputadíssimas eleições norte-americanas em que o candidato republicano perdeu a batalha da confiança.

Os estrategas da campanha do presidente John Kennedy colocaram o assento tónico no factor credibilidade. É que, sem credibilidade, não adianta ter um ótimo produto a preços muito competitivos. Sem credibilidade não há negócio que resista. E Nixon não parecia ter credibilidade, pelo menos em 1960. Oito anos mais tarde viria a ser candidato presidencial vitorioso.

Lembrando também uma experiência londrina que é já um clássico de qualquer formação profissional e que consistiu na oferta, em plena baixa, de uma nota de dez libras em troca de uma nota de cinco libras, sublinha-se o facto de a maioria ter recusado a troca, claramente vantajosa, como uma evidente manifestação de desconfiança no desconhecido que a propunha.

Um dos primeiros passos para adquirir ou readquirir essa confiança necessária, passa pelo reconhecimento das virtudes de quem se apresenta ao eleitorado, aos mercados, aos media, às agencias de notação ou até aos parceiros internos e externos. É, aliás, quase sempre nesta fase crítica do reconhecimento que falha a necessária operação de charme que ela implica.

Um país, como o nosso, de clima relativamente ameno e com evidentes amenidades no plano da segurança – tão reconhecidas que, no auge do combate ao terrorismo, Portugal foi o único país europeu que o Governo dos Estados Unidos considerou seguro para os turistas norte-americanos em viagens ao estrangeiro – merece outra imagem.

Somos um destino europeu de férias acolhedor e seguro, que oferece um conjunto de resorts e condomínios de qualidade, num território onde a segurança e o respeito pelos estrangeiros é total, a par de um imobiliário turístico residencial também de qualidade, que pelos bons preços não especulativos se assume como um bom refúgio para o investimento seguro. 

Que nos falta e parece não faltar à Florida e a outros destinos de menor confiança? A imagem, é a resposta.

E a imagem faz-se e trabalha-se. Nos dias que correm a imagem do país é tão importante como decisiva para lhe dar um destaque positivo. Basta apenas saber realçar o que de melhor tem para oferecer o nosso Portugal à beira mar plantado. Basta saber comunicá-lo. E, para isso, é apenas necessário que esta boa imagem passe a ser defendida por todos nós, cidadãos portugueses. 

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luís.lima@apemip.pt

 

Publicado no dia 23 de março de 2012 no Sol

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