Escrevi, em tempos, que basta pensar no Algarve para que queiramos partir para esse Sul, um lugar de céu e dias azuis que apetece fixar pelo menos numa aguarela. No temperado clima de Portugal, o do Algarve destaca-se por ser ameno o ano todo, de uma amenidade que contagia o próprio mar, quase sempre de pequeníssima vaga e com temperaturas de água mediterrânicas.
O Algarve cheira a mar e frutos, oferecendo-se na praia ou na serra, com uma riqueza que se manifesta na música popular, na gastronomia em geral e na doçaria em particular, na arquitetura muito própria, na luz dos muitos dias de Sol que brilha num raro céu azul, sem nuvens, ou na hospitalidade dos algarvios.
O azul é uma das cores que melhor conseguimos “exportar” quando e se formos capazes de mostrar um imobiliário residencial que se assuma como uma oferta de excelência, sob esse céu azul que nos habituamos a ver e ao qual, pelo hábito em que estamos, nem sempre damos valor, mas que é um azul inédito para muitos dos nossos visitantes.
Região onde a fatia principal da construção de habitação tem sido, nos últimos 20 anos, destinada à segunda habitação e onde existem as maiores percentagens de população estrangeira residente, o Algarve, pela sua importância estratégica, merece uma atenção especial e uma reflexão permanente e aprofundada.
Daí que, não se possa deixar sem resposta uma campanha mediática desencadeada por jornais britânicos, sob o piscar de olhos do Governo de Londres, visando assustar os britânicos residentes no Algarve com fantasmas assustadores na esperança de que eles vendam o que possuem em Portugal e invistam o dinheiro no Reino Unido.
Alguns ingleses residentes no Algarve suspeitam que essas campanhas estejam a ser encomendadas pelo próprio Governo inglês, e sejam uma outra manifestação daquele anti-europeísmo cujo verniz voltou a quebrar recentemente, quando Londres fez gala de se isolar de todos os restantes países da União Europeia.
Estes ingleses críticos não escondem, felizmente, as opiniões que têm sobre esta material e dizem, por exemplo, que não estão dispostos a trocar a qualidade de vida do Algarve pelo clima atroz de Inglaterra. Não há, de facto, libras suficientes que possam comprar o céu azul do Algarve. A esmagadora maioria dos cerca de 30 mil ingleses que vivem na Região sabe-o bem.
Londres nem tanto.
Luís Lima
Presidente da APEMIP
luis.lima@apemip.pt
Publicado no dia 06 de Janeiro de 2012 no Sol