Portugal não pode, num contexto difícil como o que o Mundo das Economias de Mercado vive, afastar-se muito da Europa que também marca a nossa alma, mesmo que, às vezes, sejamos tentados a mostrarmo-nos mais africanos ou mais latino-americanos, na justa procura de outras afinidades importantes.

Recém-chegado de Luanda, onde participei na cerimónia de formalização da Confederação do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesas (CIMLOP), e, aceitei presidir à Comissão Instaladora desta Confederação, sinto necessidade de também lembrar a nossa irreversível ligação europeia.

Este nosso outro cordão umbilical europeu, o mais recente de todos apesar de sempre termos sido europeus, responsável pela transformação que sofremos no final do século XX, no caminho do patamar dos Estados modernos, justifica que tenhamos de sofrer a nossa quota-parte dos sacrifícios que estão a ser exigidos à Europa.

Mas assim como temos de estar solidários e de corpo e alma com a Europa, sem negarmos as nossas outras vocações transatlânticas, também temos de estar fisicamente próximos da Europa, sob pena de nos assumirmos como uma outra ilha isolada e desconhecida, como a fictícia ilha retratada na série “perdidos”.

A nossa condição de país periférico no extremo ocidente do continente europeu, obriga-nos a não descurar obras públicas que nos aproximam do centro da Europa, como é o caso da rede de alta velocidade ferroviária, evitando que por aqui fiquemos como que perdidos numa ilha qualquer desconhecida.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 19 de Maio de 2010 no Diário Económico

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