Em 2013, quase 600 anos depois do início dos chamados descobrimentos portugueses, cuja data de registo histórico é 1415, navegar volta a ser preciso, se considerarmos, como outros já consideraram, que navegar é sonhar, é ousar, é empreender, é realizar.

Tal como há 600 anos, o desafio continua a ser o de alargar o espaço para o comércio, já não necessariamente à descoberta dos outros mas na esperança de criarmos condições para que sejam, agora, os outros a descobrir-nos, a descobrir o nosso próprio mercado.

Internacionalizar – é bom sublinhar de novo – não é só levar produtos e serviços da nossa oferta junto da potencial procura externa. Internacionalizar é também cativar a procura externa para uma aposta nos produtos e serviços que oferecemos cá dentro. 

O sentido da viagem é, agora, 600 anos depois, inverso e é válido para darmos a descobrir algumas das nossas especiarias, entre as quais também se destaca o imobiliário português, uma oferta rara para quem procura, nestes tempos de incerteza, investir em segurança.

Oferecemos ao Mundo, e com propriedade, novas oportunidades de negócio. Aqui há espaço para investir no turismo residencial, há segurança para escolher uma segunda habitação, mesmo para uma procura exigente que quer qualidade de vida.

A reabilitação urbana das nossas principais cidades, aliada ao arrendamento urbano, oferece-se, e pode oferecer-se ainda mais e em melhores condições, a quem procura recolocar os investimentos que se assustaram com a volatilidade de outras aplicações.

Em épocas difíceis como a que estamos a passar, importa dar mais atenção a estes desafios, ou seja, à promoção externa das nossas qualidades e dos nossos produtos e serviços de qualidade. Com a retração do mercado interno, também o imobiliário português terá de navegar noutros mercados. 

Há muito que reconhecemos, pelo menos teoricamente, que temos de internacionalizar para crescer e que a internacionalização da economia portuguesa constitui-se como a única estratégia para uma recuperação económica sustentada.

No ano de 2010, a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), a que presido, promoveu na edição da IMOBITUR desse ano um seminário da APEMIP que refletiu sobre esta matéria sob o mote de  “Mundo com M de mercados”.

Três anos passados, é mais claro que um sector como o do imobiliária pode exportar, nomeadamente pela captação de investimento estrangeiro para este mercado, em navegações de novos sentidos. Agindo sem cuidar de saber previamente o que o Estado pode fazer por nós, mas sabendo que sem apoios do Estado e sem a diplomacia económia que lhe compete não navegaremos bem como desejamos.

Luís Lima Presidente da APEMIP e Presidente da CIMLOP

Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa

luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 28 de dezembro de 2012 no Sol

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