O céu aqui é mais azul do que no Norte da Europa e não exclusivamente no Algarve, nesse nosso Sul, onde em dias azuis que apetece fixar céu pelo menos numa aguarela. Como é reconhecido e já tenho destacado, no temperado clima de Portugal, o do Algarve destaca-se por ser ameno o ano todo, de uma amenidade que contagia o próprio mar, quase sempre de pequeníssima vaga e com temperaturas de água mediterrânicas.  

Mas não é só o Algarve que cheira a mar e a frutos, oferecendo praia no sopé da serra, nem é só o perfume da maresia e os perfumes dos primeiros frutos que nos torna tão atrativos aos olhos de muitos estrangeiros. A nossa cultura popular, a nossa gastronomia, os nossos vinhos, a  nossa arquitectura muito própria, a nossa luz e a nossa abertura e hospitalidade aos estrangeiros é tudo isto que nos torna tão atraentes.

Já escrevi que o azul é uma das cores que melhor conseguimos “exportar” até e principalmente através de um imobiliário de excelência sob esse céu azul que nos habituamos a ver e ao qual, pelo hábito em que estamos, nem sempre damos valor, mas que é, realmente, um azul inédito para muitos dos nossos visitantes e um valor acrescentado.

A par de tudo isto, o nosso país, que está ainda a ser madrasto para muitos de nós, não o é, seguramente, para séniores estrangeiros com reformas e pensões mais generosas do que as nossas, potenciais residentes em Portugal pela via das facilidades fiscais que são oferecidas ao abrigo do regime fiscal especial para residentes não habituais.

A isenção, durante dez anos, de IRS sobre reformas e pensões aos estrangeiros que comprem casa em Portugal e passem cá seis meses por ano, é um apelo muito atrativo para uma classe média europeia que chega à terceira idade com rendimentos certos e elevados para o padrão de vida português.

Paralelamente, as Autorizações de Residencia para Investimento (ARI), o regime dos chamados vistos “Gold”, que associamos a interessados de fora da Europa comunitária, tem idêntico poder atrativo pela excelente relação no binómio preço/qualidade existente no nosso mercado imobiliário, uma forte garantia para a segurança e retorno de qualquer investimento.

Os vistos ARI podem ser obtidos por mecenato cultural e científico ou pela criação em empresas que venham a gerar dez postos de trabalho directos, mas é no imobiliário, agora também alargado a obras de Reabilitação Urbana e com limites mínimos mais baixos na aquisição de imóveis em zonas menos densamente povoadas, que tal programa tem sucesso.

A recente reafirmação da importância do regime das Autorizações de Residência para Investimento (ARI), com as alterações anunciadas, é uma opção que tem – como agora se diz com mais frequência – um sentido de Estado, classificação que julgo adequada a qualquer medida que aposte no crescimento económico do país.

São estratégias da nossa Economia que seguramente terão de prolongar-se por várias legislaturas acima das sensibilidades políticas deste ou daquele Governo, pois visam apenas o interesse do país e da imagem que este projeta no exterior como um país onde vale a pena viver e investir. E não apenas por ser mais azul.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 02 de Março de 2015 no Jornal i

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