Os números não são tudo, mas contam. Contam e de que maneira. Ainda há dias, o Dr. Medina Carreira, convidado pela Antena 1 a pronunciar-se sobre o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), disse não ter números suficientes para o fazer, sublinhando que certas análises só podem ser feitas com números.

Embora sem desvalorizar o peso da palavra, aproveito estas considerações tornadas públicas pelo principal canal da rádio pública, para lembrar que, nas mais de cem mil transacções imobiliárias que foram mediadas em Portugal, no ano de 2008, movimentaram-se mais de 13 milhões de euros. São números que contam.

E estes são números da fileira da Construção e do Imobiliário que devem ser imputados à mediação, como a actividade mais eficaz para aproximar, em tempo útil, a oferta da  procura, num esforço vital até para a oferta (leia-se promoção), pois poucos profissionais conhecerão, tão bem como nós, as tendências do mercado, ou seja, o que a procura sonha, o que a procura pode realisticamente, e o que a oferta deve inteligentemente proporcionar.

A mediação imobiliária não é só o garante do equilíbrio do mercado, numa magistratura que se confunde com a de uma Provedoria do Consumidor, nomeadamente pelas garantias de segurança que oferece ao negócio mediado, mas é também, um motor indispensável ao dinamismo do próprio sector da Construção e do Imobiliário.

Longe vão os tempos de um obscurantismo e de um primarismo que classificava a mediação como algo de, supostamente desnecessário a uma transacção imobiliária. Como se acertado fosse o negócio não mediado, não monitorizado e, nesta base, mais susceptível de ser menos transparente.

Os que ainda caem nestas tentações, acabam por reconhecer,  dolorosamente e na prática, o erro cometido na hora em que são forçados a entregar  bens imobiliários a preços muito inferiores aos que receberia, se tivesse optado pelo recurso à mediação profissional.

Como já tenho referido publicamente, em mercados competitivos, onde os direitos dos consumidores são rigorosamente vigiados e defendidos, mais de 85% das transacções imobiliárias fazem-se com o recurso à mediação e, na maioria esmagadora dos casos, através da primeira empresa de mediação contactada pelos interessados. São números que contam a favor da mediação.

Como contam os números, que também se contam em milhões de divisas captadas para a nossa Economia, da internacionalização do sector imobiliário, uma das meninas dos olhos da mediação imobiliária portuguesa e um dos pergaminhos da mais valia desta nossa profissão. A ter em conta, assim o espero.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 17 de Março de 2010 no Público Imobiliário

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