O presidente francês, François Hollande, voltou a dizer que a crise na zona euro “ficou para trás”, nomeando os apoios concedidos à Grécia e a luz verde para o apoio à banca espanhola. Para o presidente da França, um dos homens fortes da União Europeia, “agora é preciso crescimento, emprego e dar confiança aos jovens”.

Também a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), a francesa Christine Lagarde, preocupada com os efeitos negativos que a austeridade está a gerar no crescimento económico da Zona Euro, olha no mesmo sentido quando apela a Berlim para que avance mais devagar no seu próprio processo de consolidação orçamental não descolando do Sul.

Lagarde julga que em 2013  a economia global vai registar um maior ritmo de crescimento, em parte provocado pela retoma do dinamismo económico nos EUA e pelo papel desempenhado pela China e por outras economias emergentes. E quanto à Zona Euro, No que toca à Zona Euro, atualmente em recessão, a diretora-geral do FMI acredita na melhoria do clima económico.

Num Mundo globalizado como o que vivemos e integramos, o destino desta periferia europeia onde vivemos também passa pelas decisões que Berlim e Paris, como eixo estruturante da União Europeia, venham a assumir sem prejuízo da nossa própria capacidade e autonomia em contribuir para inverter as tendências negativas que temos registado economicamente.

A lucidez de saber colocar, em 2013, o sector imobiliário português ao serviço da recuperação económica do país, pela reabilitação urbana, aliada ao arrendamento urbano, como oferta segura a quem procura recolocar os investimentos que se assustaram com a volatilidade de outras aplicações, ou até pela revitalização do turismo residencial e da oferta de segundas habitações para públicos-alvo da terceira idade, são algumas das saídas.

No ano que está a começar, apesar de reconhecermos as limitações da globalização, não podemos ficar totalmente parados à espera que Paris e Berlim se entendam sobre o futuro da Europa, incluindo a do Sul, e rezando para que Londres não faça demasiado contra vapor contra um qualquer entendimento a favor da União Europeia.

Sem deixarmos de ser europeus, temos de acreditar na nossas capacidades e temos de ter confiança suficiente para saber partir ao encontro daqueles que só precisarão de nos conhecer melhor para apostarem em nós e naquilo que de bom – imobiliário incluído – temos para lhes oferecer, nesta tarefa muito nossa que é a de fazermos movimentar mercados.

Temos muitas condições para ter sucesso neste domínio. Temos espaço para investir no turismo residencial, oferecemos segurança a quem procura uma segunda habitação, mesmo quando falamos de gente exigente que quer qualidade de vida, Não podemos é continuar a desvalorizar o que é nosso e é bom, nem a perder ou anular oportunidades.

Luís Lima

Presidente da APEMIP e da CIMLOP

Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa

luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 02 de janeiro de 2013 no Público

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