Os brasileiros têm os olhos cada vez mais postos em Portugal, sendo já os terceiros cidadãos estrangeiros que mais investem no mercado imobiliário português, apenas atrás dos franceses e dos ingleses, mercados europeus já tradicionais no investimento para segunda habitação em Portugal.
Esta redescoberta, justifica-se por diversos motivos: por um lado, a insegurança económica, política e social que escalou nos últimos anos no Brasil, e que obrigou os seus cidadãos a procurar alternativas de residência e de investimento. Por outro, a segurança que Portugal e seu imobiliário representam, quer em termos de oportunidades de investimento e de valorização do mercado imobiliário, quer no que diz respeito à estabilidade que o País tem alcançado a vários níveis, entre eles a segurança e a economia. Depois, há também um forte laço afetivo que une os dois países, que são irmãos e que partilham entre si uma das maiores riquezas: uma língua comum, que também ajuda muito no estabelecimento de negócios.
Na passada semana, tive oportunidade de confirmar isso mesmo. Convidado pelo SECOVI-SP, a maior associação empresarial do sector da construção e do imobiliário da América Latina, a participar na sua Convenção que decorreu em São Paulo, aproveitei a oportunidade para reunir com o senhor Cônsul Geral de Portugal em São Paulo, Dr. Paulo Lourenço, com quem debati o aumento de brasileiros a procurar terras lusas. Diariamente, só aquela chancelaria recebe 60 pedidos de cidadania. Isto, fora o número explosivo de pedidos de visto para investimento, para aposentados, e para estudantes e investigadores. Uma migração que hoje é mais qualificada que nunca e que bem faz falta ao nosso País.
Há muito que tenho vindo a afirmar que Portugal tem todas as condições para ser uma verdadeira “Florida” da Europa, uma espécie de Miami mas com as características dos destinos turísticos do “velho continente”, mas mais segura no que ao investimento imobiliário diz respeito. Nas palavras do senhor Cônsul Geral de Portugal em São Paulo, para além de uma Florida, Portugal tem também condições para ser a Califórnia da Europa, com a sua abertura para o mercado tecnológico e das start-ups.
A descoberta das mais-valias de Portugal é uma realidade, que se tem vindo a confirmar com sucessivas distinções internacionais e não há dúvidas de que apresentamos um custo de vida mais acessível, uma diversidade geográfica fabulosa e uma gastronomia que deixa todos quantos aqui passam com água na boca e vontade de voltar.
O investimento estrangeiro no País é de salutar, seja em que sector for, e importa por isso que nos recordemos da importância que este teve para a recuperação económica do sector, quer por via do imobiliário, quer por via do turismo que são, sem sombra de dúvida, dois dos sectores que mais têm contribuído para a retoma do País.
E nós, portugueses, devíamos estar gratos por isso, e trabalhar em conjunto para erradicar a “turismofobia” que tem vindo a ganhar espaço no País e nas páginas dos jornais.
Deixemos que descubram e redescubram o nosso País, tal como nós, Portugueses, também tivemos que descobrir e redescobrir outros.
Luis Lima
Presidente da APEMIP
luislima@apemip.pt
Publicado no dia 06 de setembro de 2017 no Público