O Brasil é uma das potências a afirmar-se neste princípio de século XXI. Na primeira década deste nosso terceiro milénio, cerca de 30 milhões de brasileiros subiram da base para o meio da pirâmide social, graças à melhoria da educação e às possibilidades de “arrumar” um emprego no mercado formal.
O Brasil é hoje um país de classe média, isto é, um país onde mais de metade da população possui rendimentos superiores aos mínimos considerados para aceder às exigências próprias de uma classe média, incluindo neste rol o acesso a habitação própria.
Estes milhões de brasileiros, que deixaram de ser pobres e começaram a poder beneficiar dos confortos tidos como típicos de classe média, são a melhor prova do progresso do Brasil. Todos os países desenvolvidos económica e socialmente têm uma população maioritariamente constituída por classe média.
Segundo um investigador da Fundação Getúlio Vargas, que elaborou um estudo sobre a evolução social da população brasileira, “em 1992, a classe média representava apenas um terço da população” tendo vindo a crescer significativamente sendo hoje a fatia mais importante da pirâmide social e aquela que, no seu todo, possui a mais elevada percentagem de poder de compra.
Com uma necessidade imediata de cerca de 8 milhões de fogos a que se somam, no curto prazo de dez anos, mais 15 milhões de fogos, de acordo com estudos oficiais, o Brasil afirma-se, também neste campo, como uma economia emergente a ter em conta no plano mundial.
Isto, sem esquecer o facto deste país de enormes riquezas naturais ser, também, o maior país da lusofonia, quer em território quer em população, e o maior país da América do Sul, desde logo aferido pela dimensão da cidade de S. Paulo, a mais populosa das Américas e a sexta mais populosa do Mundo, só ultrapassada por cidades asiáticas.
O Brasil, país que organizará o próximo Campeonato do Mundo de Futebol e, dois anos depois, os primeiros Jogos Olímpicos a ter lugar na América do Sul, afirma-se como uma economia a consolidar-se num desenvolvimento tanto mais consistente quanto baseado num esforço de diminuição do fosso económico da população que gera o crescimento da classe média.
Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP
Publicado dia 25 de Setembro de 2010 no Jornal de Notícias