O futuro do sector imobiliário sob o olhar de vários participantes com múltiplos saberes que se cruzam neste mercado, a par de uma reflexão  sobre um dos temas do nosso presente (o do Arrendamento Urbano versus Alojamento Local), eram os dois painéis propostos para o Seminário Nacional da APEMIP que ontem, sexta-feira feira 7 de Outubro, marcou, seguramente, a edição do Salão Imobiliário de Portugal (SIL 2016) a decorrer em Lisboa, se o programa foi cumprido como previsto.

No primeiro dos dois painéis, com moderação do dr. João Tiago Silveira , Adolfo Mesquita Nunes, que já foi um dos responsáveis pelo sector turístico em recente Governo, agendou a importância do Turismo para o Imobiliário, antecedendo os olhares que o imobiliário recebe da banca (Pedro Megre, director-geral da UCI  Portugal), bem como uma reflexão sobre os constrangimentos que o excesso de carga fiscal pode gerar (Pedro Almeida e Sousa, da Telles de Abreu Sociedade de Advogados) e uma outra sobre a dinâmica da Reabilitação Urbana (Manuel Reis Campos, da Confederação da Construção e do Imobiliário).

Eu e Flávio Amary, presidente do SECOVI-SP, a maior associação empresarial do sector da América Latina, fomos desafiados a falar da importância da internacionalização do sector, sendo natural que Flávio Amary traga sempre o olhar que um empresário estrangeiro, no caso brasileiro, tem sobre as oportunidades que o Imobiliário Português pode oferecer, e que eu não me canse de sublinhar a importância desta mesma internacionalização para a retoma e o futuro do sector.

Como presidente da APEMIP e como presidente da Comissão Estratégica do SIL 2016, a minha presença no segundo painel, onde a anunciada presença da Arquitecta Helena Roseta é sempre uma mais valia, mais ainda quando se aborda o Arrendamento Urbano, a minha presença, repito, era “obrigatória” num painel a reunir à mesma mesa proprietários e inquilinos ( Luís Menezes Leitão, Presidente da Associação Lisbonense de Proprietários, e Romão Lavadinho, Presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses), além de Vasco Mello, Vice-Presidente da Confederação do Comércio e Serviços.

Nestas vésperas da apresentação do próximo Orçamento de Estado, estes debates sentem, como inevitável presença,  a sombra que paira sobre este sector com a incerteza de um novo imposto sobre o património imobiliário de contornos ainda não definidos, o que o torna ainda mais assustador por muito bem pintado que se apresente. O tal que não será tão mau como o pintam mas que não deixa de ser um diabo para o futuro de um sector que dá muito ao país e também já paga muito ao fisco.

Como disse há um ano, nas várias edições do SIL, as sextas-feiras têm sido quase sempre dedicadas aos seminários que a Associação Portuguesa de Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) tem promovido durante o salão, afirmando-se como uma das âncoras deste marco anual do sector imobiliário português. E nesta certeza posso, antecipadamente, escrever que ontem voltamos a marcar o novo ano imobiliário que sempre se inicia com o SIL, mostrando o que o sector pode continuar a fazer pela retoma da Economia sem esquecermos de sublinhar os constrangimentos que sempre se nos colocam nestes desafios.

Luís Lima
Presidente da APEMIP
presidente@apemip.pt

Publicado no dia 8 de Outubro de 2016 no Sol

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