Ainda sem poder ser fruto direto das missões empresariais de promoção do imobiliário que a Fundação AIP recentemente promoveu pelos Emirados Árabes Unidos (Dubai) e pela China (Pequim), com o apoio da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) a verdade é que a procura deste nosso sector para investimento estrangeiro voltou a registar subidas significativas e a consolidar tendências que vinham sendo confirmadas há muito.

Prova disso são os números mais recentes das autorizações de residência, já com dados referentes a 31 de Março passado, com a procura a aproximar-se dos números mais elevados de outros meses e com a China a destacar-se nesta procura como o provam as 130 autorizações de residência (vistos gold) atribuídas a cidadãos chineses no mês passado. No segundo lugar estão as autorizações concedidas a investidores brasileiros que foram 17.

Também a confirmar a tendência desde o primeiro dia verificada, o sector imobiliário é o que atrai mais investidores estrangeiros. Os números mais recentes, de Março passado, revelam que o investimento contemplado pelos Autorizações de Residência somou, nesse mês 1.925.milhões de euros, 1.738 milhões dos quais destinados ao imobiliário. Confirma-se que este instrumento de captação de investimento voltou à normalidade.

A continuada estratégia de divulgar no estrangeiro, nomeadamente nos mercados que demostram mais interesse em investir, o Portugal Imobiliário que  temos, mostrando também que o Portugal de hoje é muito diferente, para melhor, do Portugal que ainda residirá na ideia de muita gente de fora, sem prejuízo dada manutenção de programas de incentivo ao investimento por parte de investidores estrangeiros, é justíssima e importante para a nossa recuperação.

Isto pelo facto do investimento estrangeiro no mercado imobiliário português é muito superior aos números que possamos contabilizar numa primeira avaliação. Estes contabilizam o investimento visível no momento da concessão dos vistos, mas não o valor muito positivo dos postos de trabalham que tais investimentos asseguram, seja criando novos postos seja mantendo postos existentes que, sem tais investimentos, poderiam perder-se.

E isto com efeitos não apenas no sector imobiliário mas em muitos outros sectores cuja atividade cruza-se com a do imobiliário. Falamos de investimentos que também geram receitas fiscais, mesmo considerando os regimes favoráveis de que beneficiam, e falamos de investimentos que arrastam, com esta dinâmica positiva, um sector cuja boa saúde também depende do ambiente de confiança que se instala no mercado, interna e externamente, objetiva e subjetivamente.

É sabido que o nosso imobiliário está, porque é natural que assim seja, muito mais virado para a Reabilitação Urbana e muito ligado ao desenvolvimento do turismo em Portugal, muito do qual é basicamente turismo residencial. Estamos, realmente, a viver um momento de reconstrução também nas nossas cidades, felizmente abertos aos outros, felizmente contando com os outros, como é inevitável neste mundo global.

 

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
presidente@cimlop.com

 

Publicado no dia 30 de Abril de 2016 no Sol

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