O melhor da arte 

Na sequência do Congresso anual do Syndicat National des Professionnels Immobiliers (SNPI), que se realizou na cidade do Porto depois de ter feito essa sugestão ao meu homólogo francês, Alain Duffoux, os profissionais franceses que estiveram no nosso país visitaram alguns empreendimentos da cidade, e mostram-se bastante surpreendidos com a qualidade do acabamento das nossas obras, que, no entender deles, têm, muitas vezes, soluções superiores e inovadoras às que habitualmente são utilizadas em França em edifícios similares.

É certo que estas observações eram motivadas por um dos edifícios mais emblemáticos e modernos da zona da Foz do Douro, edifício cujo andar modelo apresenta uma pequena coleção de obras de artistas plásticos que inclui nomes consagrados da pintura portuguesa, mas o reconhecimento de que tal imóvel mostra o que de melhor há na arte de construir casas é, vindo de quem veio, um trunfo para o imobiliário português.

Esta foi uma excelente oportunidade para promover externamente a excelência da nossa oferta imobiliária, em muitos aspetos uma das melhores existentes na Europa, na qual tive oportunidade de participar a convite da SNPI.

Esta verdade que não é exclusivamente uma verdade de natureza publicitária, sobre a qual pudesse existir a suspeita de alguma distorção a tentar ampliar mais-valias em causa própria, volta a ser reconhecida quando  comparamos os preços que se praticam em Portugal com os preços praticados no estrangeiro e, em especial, quando demostramos que os preços do imobiliário português tem vindo a manter-se estáveis, sem especulações, há muitos anos, em contraste com os de muitos outros países europeus e dando, assim, melhores garantias para quem quer investir em segurança.

Se juntarmos a tudo isto o nosso clima ameno, o nosso rácio anual de dias de Sol, a afabilidade e a abertura dos portugueses aos estrangeiros, as facilidades fiscais que estamos a oferecer, nomeadamente aos cidadãos da União Europeia que possam ser considerados residentes não habituais, percebemos melhor as razões pelas quais a procura do nosso imobiliário está a crescer no estrangeiro e a gerar uma recuperação deste sector.

É preciso, no entanto, resistir à tentação de pensar que voltamos a ter uma velocidade de cruzeiro idêntica á que experimentamos nos anos do boom construtivo em Portugal. Tentação que pode afetar não apenas quem trabalha no sector mas também o próprio Estado cuja gula fiscal nesta área parece não conhecer limites,

Os sinais positivos que estão a chegar ao sector imobiliário português, muitos de quais vindos do estrangeiro, contagiam a nossa própria confiança interna neste sector mas têm de ser recebidos com a prudência de quem recupera de uma anemia, nomeadamente no que toca a ritmos da própria recuperação,

Pelos valores de todas as análises realizadas, estamos a recuperar. O ano de 2014 em curso é claramente já um ano de recuperação, uma recuperação que tem de ser paulatinamente consolidada para que haja a esperança de um restabelecimento certo em 2015, sem recaídas.

Luís Lima
Presidente da APEMIP
Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal
luislima@apemip.pt

Publicado no dia 09 de junho de 2014 no Jornal i

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