Escrevo esta crónica na véspera da minha partida para o Brasil onde, hoje, na minha qualidade de presidente da APEMIP,  Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), chefio uma delegação que inicia uma série de contactos com organizações congéneres brasileiras e com outros organismos da fileira da construção e do imobiliário, tendo em vista a constituição de uma estrutura que congregue associações empresariais do sector dos países que falam Português.

Hoje, se tudo correr como o previsto, seremos recebidos em S. Paulo, pelo Dr. João Crestana, presidente do SECOVI,  uma fortíssima estrutura empresarial da fileira da construção e do imobiliário, e amanhã, em Brasília, pelo Presidente do Conselho Federal de Corretores de imóveis (COFECI), Dr. JoãoTeodoro da Silva.

A importância desta viagem reside, como tenho vindo a referir,  no facto dela marcar o início de um processo que abrirá novas perspectivas aos mercados imobiliários dos países que falam português. A inevitável globalização da Economia passa pelo alargamento da nossa Pátria dos negócios, para parafrasear a conhecida expressão de Fernando Pessoa, a lembrar que, a nossa Pátria é a língua portuguesa.

Esta é a primeira de uma série de viagens marcadas, com a intenção de coordenar os esforços necessários à constituição da estrutura confederativa internacional, um instrumento fundamental para fazer do espaço económico da lusofonia uma pátria de negócios centrada em economias emergentes e em economias clássicas, Uma viagem cujos contactos se iniciam num dia, seguramente auspicioso, pois, hoje, em Lisboa, neste 3 de Fevereiro de 2010, uma figura da cultura brasileira, o actor/produtor Jô Soares, sobe ao palco do Teatro Villaret com um espectáculo em torno de poemas de Fernando Pessoa ditos pelo grande actor brasileiro, sobre música de Billy Forghieri e numa direcção de Bete Coelho.

A Língua Portuguesa que Pessoa elevou à categoria de Pátria é o cimento deste projecto, cujo núcleo duro estende-se igualmente a Angola, um projecto que também dá corpo ao esforço de internacionalização da nossa Economia e que, nesta perspectiva, é, potencialmente estruturante no caminho da retoma económica e da recuperação das Finanças Públicas.

Por tudo isto, atrevo-me a dizer, à boleia de Fernando Pessoa, de Jô Soares, de Billy Forghieri e de Bete Coelho, que, à nossa maneira, também hoje estreamos um ”remix” em S. Paulo, uma das muitas cidades desta enorme Pátria que é a Língua Portuguesa.

Publicado dia 3 de Fevereiro de 2010 no Público Imobiliário

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