Às vezes, neste cenário difícil em que estamos a actuar, a tentação de olharmos para o passado como um tempo em que nada do que se fez se aproveita é tão grande quanto injusta. Para combater este pecado quase original da politica, basta lembrar essa revolução silenciosa que se impôs pela eliminação e simplificação de milhares de actos notariais e registrais que eram efectivamente inúteis e limitativos, num esforço que visou e bem, promover uma verdadeira revolução de mentalidades e o apetrechamento tecnológico da Democracia, com benefícios para as empresas e para os cidadãos.

Evoco esta realidade por a saber não só consensual, como merecedora, interna e externamente, de rasgados e justos elogios. O que se conseguiu na luta contra uma burocracia ainda há bem pouco tempo sufocante, por exemplo na criação dos balcões Casa Pronta, já se traduziu numa efectiva poupança para o público, sem qualquer perda da segurança e da fiabilidade que alguns velhos do Restelo agoiravam. 

Não podemos nem devemos renegar, mesmo que o nosso processo histórico de país que tenta rumar ao primeiro Mundo seja atribulado, as competências exemplares que já adquirimos, no domínio das modernas tecnologias da comunicação e da informação, competências que sempre mereceram aplauso, interna e externamente, sem sectarismos de baixa política, também por promoverem economias de escala a favor das empresas e dos cidadãos.

Há quem diga que o passado chega a ser mais incerto do que o futuro. Mas não é sempre pior. 

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 26 de Outubro de 2011 no Diário Económico

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