O incumprimento em sede de crédito imobiliário está, em Portugal, dentro das margens habituais para um mercado equilibrado e saudável. Na verdade, na mais recente avaliação do fenómeno, a percentagem detectada situa-se nos valores mínimos em condições normais de mercado.

Estes valores baixos, podem parecer enormes se projectados, em letras gordas, e não enquadrados no universo em que se inserem. Cada caso de incumprimento é um caso grave para quem não consegue honrar os respectivos compromissos, mas o volume que se verifica não indicia nada de anormal no mercado imobiliário.

E se compararmos a taxa de incumprimento dos créditos para consumo com o incumprimento no crédito imobiliário, concluiremos que os portugueses honram os seus compromissos, relativamente à compra da casa, num cenário em que o património imobiliário continua a valorizar-se dentro dos parâmetros clássicos, ou seja, numa média, a longo prazo, ligeiramente acima da inflação.

O que é novo e surpreendente, não tendo sido, surpreendentemente, relevado como tal, é que o número e o valor global das transacções imobiliárias em 2010 superou o de 2009, a comprovar que o mercado imobiliário português está a assumir-se como alternativa segura de investimento, num cenário de incertezas para outros investimentos. Apesar da crise financeira mundial.

Confirmando que a casa é para a generalidade dos portugueses um património sagrado, por ser à fortaleza inexpugnável de cada um, mas também por ser um dos mais seguros investimentos.

Luís Carvalho Lima
Presidente da APEMIP

Publicado dia 9 de Março de 2011 no Diário Económico

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