Está a decorrer em Maputo, onde me encontro, a segunda edição da Tektónica Moçambique, uma Feira Internacional da Construção, Imobiliário, Ambiente, Energia e Segurança que decorre no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, em paralelo com a Intercasa Moçambique.

Este ano, o número de empresários portugueses presentes chega às duas centenas numa clara manifestação de interesse na internacionalização, bem patente no Fórum da Construção Moçambique | Portugal que decorreu no passado dia 1, encontro em que participei como presidente da Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP).

Com o alto patrocínio do Ministério da Construção e Obras Públicas de Moçambique, este encontro contou também com a presença, em força, da Federação Moçambicana de Empreiteiros, associação empresarial que integra a CIMLOP, e com altos funcionários dos moçambicanos do Centro de Promoção de Investimento (CPI) e Instituto para a Promoção (IPEX).

Quem, como eu, pode comparar esta segunda edição da Tektónica com a primeira, realizada em Fevereiro do ano passado, é testemunha do salto quantitativo e qualitativo que que se verifica da primeira para a segunda edição, com saldo muito positivo para a presente edição.

E como presidente da CIMLOP, hoje voz do sector da Construção e do Imobiliário na Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), pude afirmar, na intervenção que proferi no Fórum, que eventos desta natureza cimentam o espaço da lusofonia como o imenso espaço de negócios que é, principalmente quando esse cimento se reforça com parcerias que privilegiam a presença de empreendedores locais.

A tónica da minha mais recente intervenção pública em Moçambique foi precisamente neste sentido. Reconhecendo, como disse, que nós, homens de negócios, estamos interessados em agarrar todas as oportunidades que possam surgir, fiz questão de também sublinhar que o sucesso de qualquer internacionalização passa pelo bom princípio da partilha na procura das parcerias locais que oferecem outras mais valias a qualquer empreendimento estrangeiro.

Com um crescimento do PIB, na última década, numa média de 7%, num quadro de estabilidade macroeconómica reconhecida, com grandes investimentos públicos e privados, Moçambique é hoje um destino potencialmente bom para a internacionalização. Bastará recordar que de acordo com o Plano Económico e Social orçamentado para 2013, o crescimento dos sectores das obras públicas e da construção civil rondará os 5,6 %, impulsionado sobretudo pelo investimento em infraestruturas.

Também se sabe que o mercado imobiliário está a crescer. Bastaria aliás a leitura de uma notícia que refere a atribuição, só no Município da Matola e no presente mês de Março, de 623 terrenos destinados à habitação de outras tantas famílias para percebermos esta dinâmica. Com esta realidade dinâmica, Moçambique abre portas à internacionalização de muitas empresas, uma internacionalização que, não me canso de referir, terá tanto mais sucesso quanto mais transparente for o respeito mútuo, no quadro das já referidas parcerias, como regra em todos os investimentos que envolvem capitais estrangeiros.

Luís Lima
Presidente da APEMIP e Presidente da CIMLOP – 
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 04 de março de 2013 no Jornal i

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