O Banco Espírito Santo (BES) protagonizou, com sucesso, na semana passada, a primeira emissão de dívida pública sénior sem garantia de um banco português realizada nos últimos 30 meses. Este sucesso do BES é também nosso, é também um sucesso para Portugal, um sucesso para o país.

A procura, numa emissão de 750 milhões de euros de dívida, foi muito superior à oferta o que consolida a ideia de que esta operação abre a porta, até no entender de agências de notação, sempre mais cépticas, a um progressivo e antecipado acesso da banca portuguesa aos mercados de financiamento.

Registe-se que o valor inicial da emissão era de 500 milhões de euros e que foi precisamente a forte procura, a superar os 2,7 mil milhões de euros (mais de cinco vezes acima do montante da oferta), que levou o BES a aumentar a emissão para os 750 milhões de euros destes títulos a três anos. 

No quadro atual, o acesso dos bancos nacionais aos mercados de financiamento, sem a proteção do Banco Central Europeu (BCE), é uma prova de fogo essencial e difícil que o BES acaba de superar, antecipando um ano às mais optimistas perspectivas, quer das instâncias europeias que do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Reduzir a dependência que a banca portuguesa tem relativamente ao Banco Central Europeu é fundamental para o desejável regresso à normalidade. Quando há sinais, como este, claramente neste sentido, sinais que também significam manifestações de confiança na Economia Portuguesa, importa saber aproveitá-los e saber potenciá-los, por exemplo, numa mais do que urgente e reclamada agenda de crescimento.

Luís Lima

Presidente da APEMIP e Presidente da CIMLOP

Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa

luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 10 de novembro de 2012 no Expresso

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