O interesse das instituições de crédito, pelos já criados Fundos de Investimento Imobiliário para Arrendamento Habitacional (FIIAH), está finalmente a despertar e a ganhar velocidade de cruzeiro, podendo ser determinante para travar graves inconvenientes resultantes de incumprimentos relacionados com os encargos com o crédito à habitação.

As atuais circunstâncias económicas e financeiras do país encarregaram-se de promover esta vocação para a gestão de arrendamentos urbanos, numa tendência que objectivamente  interessa às famílias e à banca. Os clientes com dificuldades para satisfazer os compromissos assumidos com a casa própria, podem entregá-la a esses fundos e optar por arrendar outro imóvel, ou até o mesmo, mas por valores inferiores aos das prestações em falta.

Com o aumento das dações de imóveis por incumprimento dos pagamentos dos créditos contraídos, a banca acumulou uma significativa quantidade de bens imobiliários que não podem ser relançados no mercado de qualquer maneira, sob pena da desregulação total do próprio mercado com as gravíssimas consequências em cadeia que tal opção provocaria.

Este esforço concertado para encontrar uma solução que trave a bola de neve das dações de imóveis por falta de pagamento de prestações devidas, beneficia não apenas todas as partes diretamente interessadas (banca e famílias ou empresas em falta), mas também o próprio país que assim diminui o risco de um aumento significativo da nossa amargura e da perda de confiança, com os atrasos que daí resultam, inevitavelmente, no que toca à nossa urgente recuperação.

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 28 de maio de 2012 no Jornal i

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