Sinto-me na obrigação de sublinhar, pela importância que lhes atribuo, as palavras que o arquitecto Manuel Salgado, vereador do Pelouro do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, proferiu na apresentação do Salão Imobiliário de Portugal, que amanhã termina, quando disse que a requalificação urbana é um desígnio nacional.
O arquitecto Manuel Salgado falava em nome da Câmara Municipal de Lisboa, entidade co-organizadora do Salão Imobiliário de Portugal (SIL) e autarquia que também estará presente na própria feira, em stand próprio, para mostrar, a quem constrói as cidades, o que tem sido feito nesta matéria e quais as regras pelas quais esta actividade se rege.
O autarca reconhece que a reconstrução das cidades passa essencialmente pela iniciativa privada o que torna desejável a multiplicação de parcerias público/privado para esta tarefa indispensável às cidades que desejem tornar-se mais atractivas e mais habitáveis, assumindo a vocação do espaço por excelência da cidadania.
Este tema é mais do que oportuno neste tempo reflexão eleitoral e neste tempo de turbulência económica, não apenas pela obrigação ética que a nossa geração deve assumir no sentido deixar aos vindouros, em boas condições, o património construído herdado, mas também pelo facto da requalificação urbana gerar muito trabalho indispensável à recuperação económica.
Mas para que estas declarações de intenção sejam realmente eficazes, importa saber encontrar a harmonia de procedimentos nesse triângulo vital para a requalificação, triângulo cujos vértices são o Poder Central (governo), o Poder Local (autarquias) e o Sector da Construção e do Imobiliário (maioritariamente constituído por empresas do sector privado). Este é o momento certo para tal.
Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP
Publicado dia 19 de Setembro no Expresso