Num ranking sobre o comportamento ambiental de 163 países, Portugal, em 20º lugar, integra o segundo melhor grupo que reúne os que apresentam entre 70 a 85% de um conjunto de parâmetros, cujo cumprimento total corresponderia aos 100% da matriz deste índice.
Só um país – a Islândia – ultrapassa os 90% dos valores do índice e só três – Suíça, Costa Rica e Suécia – ultrapassam os 85%. Segue-se um conjunto de 21 países, que inclui Portugal, países cuja gestão ambiental proporciona uma potencial boa qualidade de vida para residentes e visitantes.
Comparativamente com o índice anterior, Portugal baixa apenas um lugar, mas cai de um valor superior a 85% para 73%, acompanhando uma descida generalizada dos países com maiores cuidados ambientais, numa avaliação que sugere critérios mais apertados para a presente lista.
Olhando para a representação gráfica das nossas performances em matéria ambiental – elaborada por um grupo de peritos de duas universidades norte-americanas – vemos, com a facilidade das barras coloridas, que o nosso pior, neste campo, é o ar que respiramos.
Mas, mais importante do que alimentar o nosso ego nacionalista, quando, por exemplo, podemos dizer que estamos à frente da Espanha, da Dinamarca, da Irlanda ou da Grécia, é verificar que um crescimento e desenvolvimento rápidos não implica, necessariamente, um descalabro nesta matéria.
China e Índia com crescimentos económicos muito significativos e rápidos, ocupam lugares modestos, talvez mesmo preocupantes neste ranking, mas o Brasil, e, até a Rússia, duas grandes economias emergentes, embora sem serem modelos ambientais, possuem gestões ambientais inesperadamente aceitáveis.
Saber que é possível crescer e desenvolver sem colocar em risco o nosso equilíbrio ambiental – um dos valores mais importantes do futuro, inclusive na construção e no imobiliário, – é ainda mais importante quando desenhamos e organizamos mercados alargados como o que se identifica da lusofonia.
A cooperação que nesta área tem de existir é, também importante, para retirar do vermelho, países cuja gestão ambiental está a ser menos bem conseguida, como acontece com Angola, outra das economias potencialmente emergentes e que nos diz muito por integrar, precisamente o espaço lusófono.
A cor verde dominante não se mostra com a mesma tonalidade em Angola, no Brasil, em Cabo Verde, em Portugal… Como também, não é a mesma na Guiné, em Moçambique, em S. Tomé ou em Timor… Mas em todos estes lugares simboliza a esperança, uma esperança numa vida melhor que também passa pela consciência ambiental de quem aposta no futuro na área da construção e do imobiliário.
Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP
Publicado dia 19 de Fevereiro de 2010 no Sol