Sempre olhamos para fora nos momentos de crise. Desde a primeira grande crise, na passagem da primeira para a segunda dinastia, momento em que corremos o risco de perder a própria soberania, na chamada crise de 1383/1385, aos nossos dias. Esta grande crise dos finais do século XIV determinaria a aventura marítima do princípio do século XV. E assim por diante.

Seguiram-se a descoberta e a exploração da rota comercial marítima para a India e para o Oriente; o Brasil, com os ciclos da cana do açúcar e do ouro, em momentos diferentes, e com uma forte emigração depois da Independência deste grande país da América do Sul; os ciclos de África, a anteceder fortes fluxos emigratórios para a Europa, no início da segunda metade do século XX; e de novo a Europa, com a entrada para a CEE.

Hoje, integrados numa União Europeia e no conjunto dos países que integram a chamada Zona Euro, a vivermos uma situação de crise mundial comparável à da Grande Depressão norte-americana de 1929, voltamos a olhar para o exterior como tábua de salvação, apostando no aumento das nossas exportações e na internacionalização da nossa Economia como principal vetor para o crescimento.

É, aliás, este o cenário que domina o próximo Salão Imobiliário de Portugal, o SIL 2013, a cuja Comissão Organizadora tenho a honra de presidir, por escolha a que não pude recusar e que se conjuga com os desafios que tenho vindo a assumir no sentido de sensibilizar a Opinião Pública e os Poderes Públicos da importância do sector imobiliário para o crescimento da nossa Economia.

Hoje, como disse na apresentação da próxima edição do SIL, o Salão Imobiliário de Portugal é uma marca prestigiada do país no estrangeiro, com uma profunda vocação para promover a internacionalização do imobiliário português, nomeadamente no vasto espaço da lusofonia, mas igualmente em mercados tradicionais, como os do Reino Unido ou da França, ou em mercados não tradicionais como é o caso da China, com entrada privilegiada pela Região Administrativa de Macau.

Sendo presidente da Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP) e nesta qualidade parceiro privilegiado da Fundação AIP, através da AIP, Feiras Congressos e Eventos, assumo com naturalidade os desafios da Internacionalização, que este ano, no que ao imobiliário diz respeito,  já se afirmaram em Maputo, em Paris e em Londres, estando ainda agendadas iniciativas para Macau, Brasília, S. Paulo e o Luxemburgo.

Seria muito bom que o sector imobiliário pudesse ser elegível para os apoios do QREN, como aliás sublinhou o comendador Rocha de Matos, presidente da AIP, lembrando  o histórico desses apoios, desde os  programas estratégicos de dinamização e modernização da indústria portuguesa (PEDIPs) aos presentes quadro de apoio,  instrumento hoje também virado para promover a internacionalização da nossa Economia e captar investimentos tão necessários a Portugal no momento presente.

Olhando de novo, e como sempre fizemos em momentos de maior aperto, para o Mundo.

Luís Lima
Presidente da APEMIP e da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 28 de Junho de 2013 no Jornal Sol

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