Estão a chegar do Brasil muitas e novas cartas de chamada, para quem seja empreendedor e ali queira investir, mas já não são as velhas cartas de chamada que no século XIX alguns portugueses ansiavam, para tentar, na América do Sul, uma oportunidade.

Hoje, como ainda recentemente disse em público, o dinheiro já não circula em libras de ouro escondidas num malão que se transporta no porão de um transatlântico, que demorava umas semanas a chegar à Europa. Hoje, o dinheiro é uma ferramenta para o desenvolvimento das sociedades e esta é a lógica das oportunidades que se abrem em qualquer lugar.

Um país, como o Brasil, ainda com carências  grandes mas onde a classe média é maioritária, na sequência da inequívoca elevação da pirâmide social e onde o crédito, nomeadamente à habitação, corre, num fluxo de dinheiro indispensável ao crescimento e ao desenvolvimento, ao dispor de uma população cuja capacidade de endividamento é muito grande, um país assim, é um mundo de oportunidades, mas não o El Dourado de outras épocas.

As oportunidades que se abrem em Português, no Brasil, exigem de quem as procura muita transparência e muito trabalho, e até, como também defendo na qualidade de empresário, que haja um espírito aberto à constituição de parcerias que possam garantir um conhecimento específico da própria realidade brasileira, país que é verdadeiramente um continente.

As oportunidades da internacionalização existem mas exigem muito trabalho e não se consolidam do dia para noite como alguns podem pensar na ilusão do sucesso fácil. Nunca foi, nem o será agora.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 15 de Janeiro de 2011 no Expresso

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