A viabilização do Orçamento de Estado (OE) para 2010, nos parâmetros que a conjuntura económica exige, isto é, com toda a atenção a quaisquer derrapagens, mas sem descurar os cuidados e apoios que a Economia portuguesa ainda requer, tira alibis a quem se escudava na incerteza orçamental para adiar decisões consensuais e importantes.
Uma dessas decisões consensuais e importantes é a que aponta para a concessão de apoios claros à internacionalização da nossa Economia, na linha do discurso que o Ministro Teixeira dos Santos proferiu, perante a Imprensa, na hora de dar a boa notícia da viabilização deste instrumento fundamental para a governação.
Uma boa notícia, sublinho, também para a mediação imobiliária que agora, com maior expectativa e grau de probabilidade de execução, pode esperar pelos prometidos apoios aos esforços de internacionalização que tem desenvolvido em acções próximas da diplomacia económica promovidas pela Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).
De facto, nós, na APEMIP, cumprindo o papel de dirigentes empresariais, temos vindo a mostrar o nosso Portugal em mercados que apreciam a segurança e a qualidade de tudo, incluindo a segunda casa e a localização da segunda casa, num esforço de internacionalização, pela via da exportação do nosso imobiliário, ou seja, pela captação de capitais estrangeiros.
Este esforço tem sido reconhecido, interna e externamente, mas carece, internamente, dos prometidos apoios para o respectivo desenvolvimento, apoios que são um investimento no futuro e na própria recuperação da nossa Economia, e também, das nossas finanças, como leio nas palavras que o ministro Teixeira dos Santos proferiu ao congratular-se com a viabilização do próximo OE.
Como tenho escrito em muitas das minhas reflexões públicas sobre o sector imobiliário, não basta que os outros estejam disponíveis e queiram descobrir destinos turísticos ou de investimentos seguros, como é o nosso mercado imobiliário. É preciso que nos mostremos nos momentos e nos locais adequados, sem a ilusão de que os negócios se fazem naquela hora ou que o retorno é imediato.
Esta aprendizagem da internacionalização da economia é longa, e como tal, já devia ter começado há muito. Mas mais vale tarde do que nunca e o nosso esforço nesse sentido deve agora ser mais intenso, obviamente, com apoios mais significativos que, felizmente, começam a desenhar-se melhor, nomeadamente com a viabilização do Orçamento de Estado para 2010.
Publicado dia 27 de Janeiro de 2010 no Público Imobiliário