Portugal é um exemplo, na Europa e no Mundo, no que toca à política de energias alternativas renováveis. Quem o afirmou, com chamada de primeira página, foi um jornalista do New York Times, enviado a Lisboa para perceber este “milagre” português.

O facto de 45% da electricidade produzida em Portugal ter origem em fontes limpas de energia, e, do nosso país se perfilar como um dos primeiros a montar uma rede de abastecimento para carros eléctricos, é mesmo apontado como um exemplo a seguir.

O recado, endereçado pelo NYT à Administração Obama, justifica-se no quadro criado pelo derrame petrolífero no Golfo do México, desastre ecológico e económico que voltou a colocar na agenda internacional a problemática da origem da energia.

Este problema é também do interesse do sector imobiliário, graças à crescente consciência que as populações vão adquirindo nesta matéria, consciência que, felizmente para todos nós, também se transmite aos próprios profissionais que actuam nesta importante e decisiva área económica.

Este é, aliás, o verdadeiro e único sentido legítimo da transição em curso no sector imobiliário, quando dizemos que estamos a passar  do ciclo da quantidade para o ciclo da qualidade, adoptando novos paradigmas de actuação que reconhecem que a nossa sobrevivência depende da nossa capacidade em seguir modelos de desenvolvimento sustentável.

Acresce ainda que as preocupações ambientalistas deixaram, há muito, de ser um luxo e até criam empregos em áreas como as do Ambiente, da Ecologia ou das novas tecnologias. Como aliás já referi, a mão-de-obra necessária para despoluir os cursos de água do planeta é, por si só, significativa para qualquer sistema económico.

Tudo isto sem discursos verdes, de matriz ecológica, que se assumem apenas como um adorno para a linguagem politicamente correcta, algo que dizemos para angariar mais simpatia e conquistar mais votos ou simplesmente para apaziguar a nossa própria má consciência, ultimamente mais atenta a estas realidades.

Para optar por soluções deste tipo, é preciso que a coragem política necessária a esta escolha tenha muita energia. Não é fácil, mas Portugal parece empenhado em conseguir ser um exemplo para o Mundo nesta matéria. São americanos quem o diz para nosso orgulho. É que, às vezes, também dizem bem dos portugueses. O que é muito bom e nos dá energia.

Publicado dia 10 de Setembro de 2010 no Sol

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