A centena e meia de vistos privilegiados de entrada em Portugal, e consequentemente na Europa, já concedidos como contrapartida por investimentos estrangeiros no nosso património imobiliário, a que corresponde uma entrada mínima de 75 milhões de euros, constituem um sinal muito positivo das potencialidades do sector na reanimação da nossa Economia.

O imobiliário português continua a ser um motor com o qual a Economia pode e deve contar. Há construção nova, em menor número do que noutras épocas, e há transações imobiliárias que envolvem essas construções novas e construções antigas (funcionais, para reabilitar ou reabilitada) a contrariar as vozes agoirentas que querem enterrar o sector como se escolher uma casa para viver seja opção em vias de extinção.

Só leituras muito apressadas da realidade podem apontar para a morte do sector. Há localizações urbanísticas de algumas cidades que estarão saturadas, com construção a mais para a procura existente, mas há, noutras centralidades e até mesmo em algumas periferias, carência de oferta imobiliária adequada à procura – infelizmente, como muitas vezes digo, não podemos deslocar o património imobiliário, sobre rodas, dos locais onde há de sobra para os locais onde falta.

Tenho consciência da delicadeza que residirá se e quando quisermos identificar as localizações saturadas. Com esta preocupação, jamais nomeei as periferias que aguardam soluções adequadas e urgentes para resolver um excesso de oferta para a súbita diminuição da procura pelas drásticas restrições que esta encontra no acesso ao crédito. Mas, a par disto, também há centralidades a marcar pela positiva o nosso mercado imobiliário.

Estes sinais não se esgotam na centena e meia dos golden visa já concedidos por Portugal a grandes investidores estrangeiros no nosso imobiliário. A escolha de muitas das nossas cidades como locais destacados para estadias de curta duração ou para fixar residência na reforma é um dos grandes impulsos  para relançar o sector.

Só temo que a voracidade fiscal sobre o imobiliário não pare de aumentar. Fala-se, há muito, na mais do que reconhecida e justa extinção do Imposto Municipal sobre Transações (IMT) imobiliárias, mas também na substituição desse imposto por outro… Assim não haverá golden visa que nos valha, nem nada.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 14 de Setembro de 2013 no Jornal de Notícias

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