Sem nacionalismos passadistas, como o Senhor Presidente da República referiu no discurso do 25 de Abril, podemos e devemos, com rigor, promover “uma perceção externa fidedigna e positiva de Portugal”, condição necessária para melhorar as condições de crescimento da nossa Economia e criar emprego.

A nossa valia como Estado soberano, num território cujas fronteiras geográficas reconhecidas internacionalmente são as mais antigas da Europa, num espaço onde vive um povo que fala uma língua mãe há séculos adoptada por outros povos e outros Estados, esta nossa identidade única nem sempre tem sido divulgada como desejável.

Temos, a muitos níveis, potencialidades tão significativas que só por desconhecimento ou má-fé é possível descrer na nossa capacidade em honrar compromissos, mesmo num contexto difícil, e em contribuir para uma real afirmação dos espaços políticos e económicos em que nos integramos.

Um bom exemplo disto é o nosso imobiliário, o nosso património construído (não confundir com Construção), uma riqueza do presente, que mantém, quando é o caso, raízes no passado e que se preserva, ou deveria preservar, como garantia do nosso próprio futuro e como factor impulsionador do nosso próprio desenvolvimento.

As possibilidades que o património imobiliário português construído oferece à Economia, na captação de investimento externo e interno, na promoção turística e até no relançamento de um sector flagelado pelo desemprego são reais e devem ser urgentemente aproveitadas. Em oposição a certas tendências suicidas que se materializam na desvalorização forçada desta nossa riqueza.

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 30 de abril de 2012 no Jornal i

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