A Burj Dubai, inaugurada dia 4 de Janeiro de 2010, é, oficialmente, o arranha-céus mais alto do Mundo, com 818 metros de altura, superando em mais de 300 metros (a altura da Torre Eifel) o edifício que até agora ostentava o título – a torre Taipei 101, em Taipé, concluída em 2004 com 508 metros de altura.

Na hora de divulgar curiosidades desta construção, diz-se, por exemplo, que a Torre (Burj) do Dubai é tão alta que a amplitude térmica entre o nível do solo e o andar mais elevado é de dez graus centígrados, mais frio no topo do que na base. São dois milhões de metros quadrados para receber 700 apartamentos privados, entre outros espaços, que se venderam em 8 horas.

Um condomínio cujo ponto mais alto pode ser visto a uma distância de 95 quilómetros, e que favorece pontos de observação, como a janela do andar 124 de onde se vê todo o território – uma obra que mobilizou mais de 12 mil trabalhadores, que possui 57 elevadores e mais de 3000 lugares de estacionamento. subterrâneo.

Concebida em pleno “boom” do imobiliário e como símbolo do próprio “boom” imobiliário, a Torre do Dubai  acabou por concluir-se em plena crise financeira, uma crise particularmente forte no país, cuja dívida pública ronda os cem mil milhões de dólares, e que não será superada pela força que emana desta obra do homem.

E ainda há, como atracção, o mais rápido elevador do mundo (capaz de atingir 67 quilómetros / hora) e números como os de gastos diários de água, 964 mil litros, ou os do peso da estrutura que parece equivaler a 100 mil elefantes. Tudo obra da Skidmore, Owings & Merrill (SOM), empresa que terá entregado a decoração interior do edifício a Giorgio Armani.

E quem sou eu para desdenhar deste pensar alto com que o Dubai endividado, recebeu o novo ano de 2010? Às vezes é mesmo preciso pensar alto.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 16 de Janeiro de 2010 no Expresso

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