O mercado imobiliário português que é – não me canso de repetir – um dos mais seguros e transparentes da Europa e um dos que melhor resistiu à crise do subprime, assumindo-se até, em alguns casos e nos momentos mais críticos desta crise, como alternativa de investimento, carece, no plano internacional, de uma visibilidade que lhe traria automaticamente este reconhecimento.

No âmbito da Confederação do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP), e a par de outros mercados da lusofonia igualmente atrativos, como são, em maior ou menor grau, os de Angola, do Brasil e de Moçambique, a oferta imobiliária de Portugal e as oportunidades que oferecem a potenciais investidores começam a ser conhecidas e reconhecidas.

Na verdade, já o disse nestas páginas, quando o conhecimento sobre a realidade portuguesa do setor é mais aprofundado, a surpresa, pela positiva, torna-se evidente e o mercado imobiliário português ganha, no imediato, uma outra dimensão, sendo muito competitivo como mercado de atração de investimento estrangeiro, principalmente em momentos de incerteza global. É também esta divulgação que estou a fazer em Moçambique, onde me encontro.

E em Maputo, se tudo correr como previsto, hoje, dia 15, a CIMLOP, de parceria com a AIP Feiras, Congressos e Eventos e tendo como anfitriã a Federação Moçambicana de Empreiteiros (FME), promoverá, no âmbito da feira Tektónica, uma conferência sobre as oportunidades, uma conferencia para abordar as oportunidades de investimento que ali também começam a fazer-se notar.

Está previsto que o Senhor Vice-Ministro das Obras Públicas e Habitação de Moçambique, Francisco Pereira, participe neste conferência, como orador, o que revela a importância que as autoridades moçambicanas reconhecem a um setor que, em Moçambique como em Portugal, é determinante para qualquer agenda de desenvolvimento.

Interna ou externamente, o apoio oficial a todo e qualquer esforço para promover uma internacionalização eficaz da nossa Economia, é crucial. Tais apoios, numa visão inteligente da política, não são gastos, são investimentos de retorno não necessariamente imediato, mas potencialmente certo. A CIMLOP desenvolve uma ação constante nesse sentido, em feiras e fóruns internacionais numa promoção cruzada de todos os mercados imobiliários dos países de língua oficial portuguesa.

E para um país europeu, como Portugal, à semelhança do que acontece com os países africanos, como Angola e Moçambique, ou sul-americanos, como o Brasil, diversificar mercados, até noutros continentes, não nos torna menos europeus, tal como Angola e Moçambique também não se tornam países menos africanos ou o Brasil menos sul-americano, quando fazem o mesmo.

No nosso caso concreto, Portugal torna-se muito mais europeu quando também olha para África ou para a América do Sul. Eis, uma evidência geopolítica que importa não perder nestes tempos que também exigem soluções globais.

Luís Lima
Presidente da APEMIP
luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 15 de Fevereiro de 2012 no Público

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