Há um ano e meio, aproveitando uma nova rota aérea da Emirates, um jornalista chinês a trabalhar para um dos mais importantes jornais de Pequim, veio testar Portugal como destino turístico. O voo até Lisboa fez escala no Dubai, onde há uma comercialmente muito conveniente espera de quatro horas, mais do que suficiente para umas compras no aeroporto, mas Portugal pode ser um dos destinos de eleição para os chineses com capacidade para fazer turismo no estrangeiro

O número de turistas chineses em Portugal tem vindo a aumentar, prevendo-se que em 2015 ultrapasse os 100.000. Quem o confirmou, em Xangai, à margem de uma recente reunião da 1.ª Comissão Mista Luso-Chinesa dedicada ao turismo, foi o próprio secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, anunciando também, na ocasião, que a China irá participar no próximo ano, pela primeira vez, na Bolsa de Turismo de Lisboa.

De acordo com as revelações deste governante, os operadores turísticos chineses estão de facto interessados no mercado português e o próprio Governo chinês interessado em estabelecer relações turísticas com Portugal. São boas notícias para um sector que está a crescer e que está muito ligado ao imobiliário, atividade que, em parte lhe serve de âncora. Estar na mira de uma grande potência económica global que se perfila como um dos maiores emissores mundiais de turismo é seguramente uma vantagem.

Este encontro de Xangai foi aproveitado para o lançamento de uma campanha de promoção de Portugal na China, que aproveita a imagem mundialmente conhecida de Cristiano Ronaldo para mostrar, em cartazes com a foto do CR7 onde se lê, em Mandarim, que o nosso país  está cheio de lugares espetaculares, a excelência dos nossos destinos turísticos.

Tal como o jornalista chinês que nos visitou há 18 meses transmitiu aos seus leitores chineses por exemplo, na reportagem que escreveu sobre a Quinta das Lágrimas Palace Hotel de Coimbra, um hotel de charme que projeta a lenda dos amores de Pedro e Inês, aquela que foi rainha depois morta num dos mais famosos e cantados amores fatais.

O olhar que o jornalista chinês dedicou a Coimbra, tal como o que dedicou a Évora ou a outras localizações que não exclusivamente em Lisboa ou no Porto, mostra como a nossa atratividade turística pode ser muito variada e proporcionar condições de promoção de zonas do país menos bafejadas por estas operações promocionais. Incluindo no plano dos incentivos à captação de investimento turístico, como aquele que acontece através dos vistos Gold, um programa positivo que ao ancorar-se no imobiliário consolida os próprios investimentos estrangeiros.

Sublinho que o valor do investimento estrangeiro no imobiliário pode realmente ser multiplicado pelo poder de atração que estes investimentos geram e também pelo efeito de contágio de outros potenciais investidores estrangeiros. Sabe-se que um euro investido no nosso país é facilmente multiplicado por cinco ou seis, graças às réplicas que ocorrem noutros sectores adjacentes ao do imobiliário. Está é a leitura do Portugal imobiliário e turístico que nos interessa.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 28 de Novembro de 2014 no Sol

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