Há setecentos anos, no século XIV, a Humanidade não se conhecia a si mesma como hoje se conhece e o horizonte dos seres humanos que habitavam a Terra limitava-se ao pequeno território de cada grupo, todos a desconhecer a existência de outros grupos e de outras terras para lá do mar. Com o início da expansão portuguesa do século XV e o período que se seguiu (ao qual damos o nome de periodo das descobertas) Portugal tornou-se e julgou-se um dos centros do Mundo.
Hoje, já não somos, nem julgamos ser, um dos centros do Mundo, mas somos claramente um dos melhores destinos turísticos que há no Mundo e até integramos o pelotão da frente dos países mais pacíficos do planeta, bem à frente da Espanha que também integra este primeiro grupo, de acordo com o mais recente relatório do Instituto Internacional Paz e Desenvolvimento e do correspondente ranking – neste campo ocupamos o 18º lugar entre 162 países.
Sem prejuízo de considerar estes rankings sempre muito relativos, mesmo quando nos colocam numa belíssima e confortável posição, a verdade é que eles, nesta área em particular, indiciam as potencialidades turísticas do nosso país, em grande parte associadas ao imobiliário residencial, e projectam esta parceria do turismo com o imobiliário como um dos pilares da retoma económica que procuramos consolidar.
Ando a dizer há anos, desde pelo menos 2010, quando na FATACIL desse ano organizei em Lagoa um seminário sobre o tema, debate que contou com a presença do então Secretário de Estado do Turismo, Dr. Bernardo Trindade, ando a dizer há anos que a retoma económica também passa pelo relançamento do turismo residencial ficando por isso feliz quando registo que mais vozes estão a chegar a esta mesma opinião.
O Dr. Adolfo Mesquita Nunes, sucessor de Bernardo Trindade na Secretaria de Estado do Turismo, também tem vindo – honra lhe seja feita – a defender e a promover o turismo de Portugal no estrangeiro reforçando a nossa estratégia nessa linha de captação de investimento com abertura suficiente para incluir nesta frente de desenvolvimento do país todos quantos, em instituições públicas ou privadas, podem e têm contribuído para este mesmo objectivo.
Uma atitude política consciente cuja verdadeira dimensão ganha outra visibilidade se e quanto comparada com algumas outras posições públicas a reclamar a exclusividade dos louros do nosso sucesso enquanto país de destino de cada vez mais estrangeiros, num sectarismo que pouco ajuda à criação da rede de interesses que podem e devem cooperar no mesmo sentido, ou seja, no sentido de Portugal.
Também nesta matéria de integrar o contributo de todos para esta missão decisiva de fazer com que Portugal se consolide como uma dos bons destinos do Mundo, tenho o orgulho de, como presidente da APEMIP mas principalmente como presidente da CIMLOP e como presidente da Comissão Estratégica do Salão Imobiliário de Portugal, não desperdiçar nenhum contributo possível para dar mais força a essa frente de desenvolvimento.
Uma frente que não faz de nós o centro do Mundo mas um dos seus melhores destinos.
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com
Publicado no dia 11 de Fevereiro de 2015 no Público