Os SMS e e-mails que, na semana passada, incitaram os clientes do Millenium BCP a retirar os respectivos depósitos do banco, alegadamente em dificuldades económicas, é um acto de terrorismo que deve ser combatido como tal, o que implica envidar esforços para identificar e levar à Justiça os autores desta criminosa indignidade.

Num cenário de fragilidade do sistema bancário internacional, com milhares de olhos a vigiar o comportamento dos principais bancos, os boatos lançados contra o Millenium BCP colam-se, como lapas, às premonições que falam de uma iminente saída de Portugal do Euro e agravam os níveis de stress bancário, com todas as consequências que daqui possam advir. O ataque ao BCP não pode ser visto como algo inocente e sem consequências.

Neste contexto, o que Portugal precisa é de um verdadeiro escudo invisível contra estas situações. Não o velho escudo que foi a moeda da República até ao advento do Euro, mas um escudo protector e à prova de rumores, como aquele escudo invisível que existia em certa pasta dentífrica e que protegia a nossa boca das cáries e de outras doenças.

Ao que parece, as velhas “serpentes de Verão”, isto é, aquelas notícias falsas e sensacionalistas que costumam ocupar o espaço vago dos media em tempo de férias, estão a dar lugar a serpentes verdadeiramente reais e venenosas, como as que, insidiosamente surgem, amiúde, em certos SMS e e-mails de proveniência incerta.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 21 de Julho de 2010 no Diário Económico

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