Com responsabilidade acrescida, por ter sido um dos signatários, como presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP),  de um protocolo para a promoção no estrangeiro do imobiliário português com potencialidades turísticas, a envolver o Governo, o Turismo de Portugal e associações empresariais, devo sublinhar que o país e o sector não podem, nesta matéria, correr o risco de repetir erros já cometidos no passado.

A promoção internacional da oferta imobiliária portuguesa com vocação turística, que arrancou na passada segunda-feira, com a apresentação pública, no Hotel Altis Belém, do plano Living in Portugal, uma das ferramentas desta ação, é tão estratégica para o país que o seu lançamento mereceu a presença de três ministros – Álvaro Santos Pereira (Economia), Paulo Portas (Negócios Estrangeiros) e Miguel Macedo (Administração Interna). 

A operação, como referiu Frederico Costa, Presidente do Turismo de Portugal, sai para a estrada em Fevereiro, e tenta também combater a sazonalidade do nosso turismo. O “road show”, que arranca no Reino Unido, tem já  etapas programadas para a Alemanha, a França, a Rússia, a Suécia, e a Holanda. “Países sem Sol, mas com um povo que gosta de Sol”, nas felizes palavras do ministro Paulo Portas,  mas que não podem ser alvos únicos, até porque alguns desses países são mercados tradicionais do nosso turismo já um pouco saturados.

Para aumentarmos a nossa fatia na quota anual de mercado de segundas habitações que se oferecem no Sul da Europa é necessário apostar também noutros horizontes e não nos confinarmos exclusivamente à Europa. A colocação anual de segundas habitações em oferta na Europa do Sul ronda as cem mil unidades, destas a Espanha vende 40 mil, a França 25 mil, a Itália 15 mil e nós apenas 4 mil. Temos, devemos e podemos aumentar substancialmente os nossos 4% nestas vendas mas para isso é preciso também olhar para três AAA com futuro – África,  Ásia e Américas, em especial a América Latina.

Os desafios desta urgente promoção não se esgotam na definição certa dos melhores públicos alvo. A complexidade que a promoção do nosso turismo residencial e do imobiliário português com potencialidades turísticas levanta é enorme e requer a conjugação de todos os saberes dispostos a colaborar nesta diplomacia económica global em que o nosso país tanto deve apostar. Ninguém, num quadro legal, é dispensável nesta operação – nem do lado da oferta nem do lado da procura. E o segredo está em saber descobrir as procuras interessadas para todas as nossas ofertas. Para todas mesmo, grandes e pequenas. 

Luís Carvalho Lima
Presidente da APEMIP e da CIMLOP – 
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
luislima@apemip.pt

Publicado dia 02 de fevereiro de 2013 no Jornal de Notícias

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