Na saturada mancha das imagens informativas que marcou a edição do MIPIM que ontem terminou em Cannes, um dos cartazes gigantes do exterior do Palácio dos Festivais onde decorreu este salão do imobiliário de referência mundial reproduzia um avião de papel pronto a ser lançado pela mão de um adolescente em direção a um espaço onde se lê, em inglês, preparando o presente para construir o futuro.

O cartaz, de um grupo imobiliário da Rússia que desde pelo menos 2010 tem marcado presença no MIPIM, era visível até para quem não esteve em Cannes, pois destacava-se na fachada do Palácio dos Festivais em muitas das imagens que correram mundo via Internet, a mostrar a importância do citymarketing, seja no segmento dos grandes espaços comerciais russos, como é o caso, seja noutros segmentos dos mercados imobiliários.

As grandes cidades, cidades com história, com cultura, com dimensão demográfica, com condições de vida muito próprias, as cidades muito luminosas, no sentido real e no sentido figurado, habitadas por gente que por regra recebe e gosta de receber bem os outros, têm sempre espaço para oferecer um bom futuro a quem nelas invista, mas, para que tal aconteça, é preciso que saibam dar-se a conhecer, em regime de permanência.

Felizmente para Portugal, a nossa principal cidade, que além de possuir virtudes como as que acabei de elencar ainda se ergue junto ao mar e na margem de um rio que desagua num estuário tão largo que há quem também o chame de mar, Lisboa também esteve em Cannes, mostrando-se sem os meios financeiros de quem pode crescer desafogadamente no Leste, mas mostrando-se com muitos dos atributos de sedução que possuiu.

As duas associações representantes do Brasil na Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa marcaram também uma importante presença em Cannes – o COFECI, entidade com competências de tutela no sector imobiliário, que manteve um espaço e participação significativos no certame, e o SECOVI de São Paulo, representado por alguns dos seus mais importantes membros.

Isto é fazer citymarketing como ele deve ser feito, isto é, escolhendo bem os mercados onde devemos mostrar-nos e mostrando-nos de forma sistemática e continuada nessas boas estradas. Bons exemplos a sublinhar.

Luís Lima
Presidente da APEMIP e Presidente da CIMLOP – 
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa 
luis.lima@apemip.pt

Publicado do dia 16 de março no Jornal de Notícias

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