Como disse o Senhor Primeiro Ministro no discurso que proferiu na tomada de posse do Governo, um novo Governo é sempre um novo começo que, em Democracia, encontra legitimidade nos votos, esses papéis que depositamos nas urnas e que possibilitam uma série de leituras e de interpretações, nem sempre coincidentes.
Na minha opinião de empresário e dirigente de uma associação empresarial que conta para a Economia portuguesa, estas questões são, muitas vezes, mais de números do que de palavras, especialmente nos tempos difíceis, como os que vivemos, tempos que exigem maior esforço e empenho para ultrapassar os desafios da recuperação económica.
Estamos todos de acordo – e em sintonia com o Senhor Presidente da República e com o Senhor Primeiro-Ministro – quanto à necessidade de elegermos como prioridade a recuperação da nossa economia, pela via do crescimento económico e do emprego. Modéstia à parte, é o que a mediação imobiliária visa quando se empenha na internacionalização do sector.
Estamos também de acordo com os objectivos da modernização, nomeadamente, pela aposta nas energias renováveis e na eficiência energética. Não é por acaso que, nós, mediadores imobiliários associados na APEMIP, temos vindo a desenvolver projectos estratégicos como o da APEMIP Green que assentam na necessidade de um novo olhar, mais sustentado, para a construção e para o imobiliário.
O mesmo se diga em relação à formação e à qualificação dos recursos humanos, desafios que urge vencer na perspectiva do novo Governo. Usando as palavras do Senhor Primeiro-Ministro, uma geração mais qualificada será uma geração mais moderna, mais produtiva, mais empreendedora, mais esclarecida e uma geração com mais oportunidades. Nós também, modestamente, sempre apostamos nesta frente, no caso pela criação da Academia APEMIP, escola de formação permanente para os nossos associados, uma escola erguida com esforço para que possamos apetrechamo-nos a servir melhor.
Ao ouvir os discursos que marcaram a tomada de posse do novo Governo registei, com agrado, que o nosso sector, o da Construção e do Imobiliário, está presente e foi citado, nomeadamente pelo Senhor Primeiro-Ministro quando disse saber, entre outras realidades, que há portugueses sem habitação condigna.
Por estes primeiros dias do novo Governo vamos estar, seguramente, muito rodeados de palavras e das interpretações dessas mesmas palavras, das palavras que foram proferidas na tomada de posse e das que foram depois proferidas sobre aos discursos da tomada de posse, como são, por muito que eu não quisesse, as deste texto.
E no entanto, eu, apenas quero dizer, com um certo sentido prático, que caracteriza os empresários, que muitas das questões que nos afligem são mais de números do que de palavras.
Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP
Publicado dia 28 de Outubro de 2009 no Público Imobiliário