A Reabilitação Urbana também chama as grandes marcas comerciais para as  zonas prime das principais cidades e isso mantém o arrendamento urbano para o comércio, nessas localizações, em bons níveis para quem investiu neste segmento. Acresce que a boa notícia da isenção do  adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para imóveis destinados a atividades comerciais.

Esta revelação, feita na sexta-feira passada, dia 18 de Novembro, pelo Ministro Mário Centeno, numa intervenção proferida num debate sobre a proposta de Orçamento do Estado de 2017 que teve lugar na Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República é um passo positivo, embora eu continue a considerar que o referido adicional é um grave pecado mortal da gula fiscal contra o imobiliário.

Mário Centeno revelou na Assembleia da República que “o adicional ao IMI deixará de fora prédios afetos à atividade agrícola, industrial e comercial”. Quem investiu no imobiliário para o arrendamento comercial, principalmente em zonas prime, sente alguma alívio, considerando até que a oferta neste segmento tende a estagnar e, consequentemente, a que os preços para o arrendamento se mantenham elevados.

As grandes marcas comerciais, que procuram as melhores zonas das cidades históricas como Lisboa e como o Porto, ambas em processo de Reabilitação Urbana significativa, tornam estas cidades ainda mais atractivas, dão-lhes uma outra visibilidade e fazem com que Portugal consolide a imagem de país turístico de excelência que entrou na moda e parece estar a manter-se  neste patamar.

O fenómeno é de tal maneira significativo que perante a escassez de oferta nas zonas prime, a procura comercial neste segmento de topo tende a estender-se para zonas adjacentes, zonas que assim acabam por se tornar também elas novas zonas prime, ou mesmo a desencadear processos de Reabilitação Urbana noutras cidades históricas portuguesas que possuem um claro potencial de captação de turistas estrangeiros.

As grandes marcas sabem que as cidades do Porto e de Lisboa são novas estrelas do universo das cidades onde importa estar para responder à procura de um público que consome produtos de elevada qualidade e de elevada imagem. Muitas também antecipam o próximo passo neste movimento de reabilitações urbanas, ou seja, descobrem que há cidades médias em Portugal a preparar-se para entrar no clube de Lisboa e do Porto.

Comércio e também escritórios são segmentos cujo volume de transações é elevado e está a crescer, o que justifica, a meu ver que se considere os investimentos realizados neste segmento como urgentes e acertados. As cidades em processo de renovação ainda pedem mais reabilitações para o comercio e para os escritórios, o que é um sinal muito positivo para o desempenho do imobiliário português na recuperação da Economia portuguesa.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 26 de Novembro de 2016 no Sol

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