Mais do que rigorosamente vigiado, muito mais negociado, entre os que o votaram e até com aqueles que se assumiram como procuradores dos que não o queriam ver aprovado, por todos  relativizado, como sendo o possível, mas não o desejado, finalmente o país teve um orçamento aprovado e pode voltar à normalidade que tanto tempo demorou a alcançar.

Já aqui escrevi que era normal haver um Governo que tente governar mantendo, no Parlamento, o apoio maioritário que esteve na base da sua constituição. Independentemente, sublinhei, de gostarmos mais desta ou menos daquela solução governativa, o importante é a existência de condições mínimas para que o Poder possa ser exercido num quadro de normalidade.

Para desespero do país real, travado por discussões políticas que apaixonaram os portugueses primeiro em torno da formação de uma maioria parlamentar, depois em torno da possível concretização de Orçamento de Estado que a maioria encontrada pudesse subscrever, o tempo deste caminho foi arrastando-se até finalmente chegar – esperamos todos – a bom porto.

Identificações ideológicas à parte, sabemos hoje que importa garantir um mínimo de vantagens sociais para todos, para podermos percorrer o caminho da normalidade que sempre se faz, como se provou, mais uma vez, caminhando, mesmo que o caminho tenha tantos obstáculos como o que já foi percorrido neste nosso momento politico.

Reconheço que o sucesso e a manutenção das soluções de Poder passam pela capacidade de resposta às expectativas que os cidadãos vão alimentando como desejáveis e implicam uma conciliação permanente entre as exigências de mais apoio social e as necessidades de uma política que saiba cativar o investimento privado permitindo-lhe retornos justos.

Estarão finalmente criadas as condições que podem facilitar essas conciliações, fundamentais ao país real, sector imobiliário incluído, para que se gere mais emprego e riqueza, num quadro de aceitação e de incentivo, sem reservas, aos investimentos privados, nacionais e estrangeiros, ou seja, sem imposições exageradamente ideológicas que dificultem o caminho da realidade.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 29 de Fevereiro de 2016 no Diário Económico

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