A cidade de Lisboa, que eu já encontrei em Paris, em Londres, em Cannes, em S. Paulo, no Rio de Janeiro e noutros lugares onde as cidades podem mostrar-se e promover-se, mostra-se também na própria cidade de Lisboa ao tornar-se uma das âncoras do Salão Imobiliário de Portugal (SIL 2013) numa parceria natural e habitual com a AIP.

Não me canso de dizer que as cidades com história, com cultura, com dimensão demográfica, com condições de vida muito próprias, essas cidades muito luminosas, no sentido real e no sentido figurado, habitadas por gente que gosta de receber bem os outros, essas cidades retribuem com juros os investimentos que nela se façam, mas, para que tal aconteça, é preciso que saibam dar-se a conhecer nos sítios certos.

Lisboa é uma dessas cidades, com história, com cultura, com dimensão demográfica e com essa magia, que tantos autores não se cansam de salientar, de ser uma cidade da bacia do Mediterrâneo que fica no Atlântico, como se o Tejo, como o era o Guadiana para os Fenícios, fosse uma espécie de braço estendido do próprio Mediterrâneo a entrar pela Península Ibérica.

Não se confunda esta minha reflexão com um qualquer texto de literatura do fantástico. As cidades que querem e possuem condições para se assumir como pólos de desenvolvimento são lugares marcados, positivamente, por atributos especiais com estranhos mas reais poderes de sedução, atributos cuja força de atração, embora claramente reconhecida, não se explica. Isto é uma enorme vantagem em citymarketing.

Não sendo uma cidade estado, nem havendo entre nós essa tradição, como por exemplo existe em Veneza (cidade que ombreia com Lisboa, as duas únicas, na Europa Ocidental, com o estatuto católico de cidade sede de um patriarcado), Lisboa é, historicamente, uma das grandes capitais do Mundo, em tempos capital de um potência global e escala obrigatória entre o Norte e o Sul e até entre o Oriente e o Ocidente.

A confirmada presença e apoio institucionais de Lisboa, que se faz representar pelo Município de Lisboa, ao Salão Imobiliário de Portugal (SIL 2013) é uma boa notícia para o sector imobiliário e uma notícia que empenhadamente ajudo a divulgar na minha qualidade de presidente da Comissão Organizadora do SIL 2013.

Devo aliás referir – em nome da Justiça – que sempre encontrei na atual equipa municipal de Lisboa uma cumplicidade muito positiva na defesa do nosso património construído, um património que numa cidade com a longa história da nossa capital é riquíssimo e deve ser exemplarmente salvaguardado com programas realistas de reabilitação que, reconheço, também requerem outras condições não exclusivamente dependentes do Poder Local.

O Município de Lisboa tem sido um dos que mais aposta na Reabilitação Urbana e, por esta via, no regresso do sector imobiliário ao papel que pode e deve desempenhar na recuperação do país. Isto justifica o reconhecimento que lhe é justa e patrioticamente devido.

 

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 26 de Julho de 2013 no Sol

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