Se eu mandasse, atribuía um título de confrade honorário da Confraria de Vinho do Porto a Michael O’Leary, CEO da Ryanair e também lhe atribuiria – acreditem – a Medalha de Honra da Cidade do Porto, em ouro, galardão que, no caso das pessoas singulares, é atribuído a quem tenha prestado à Cidade do Porto, serviços de excepcional relevância.
Se há estrangeiro que merece o título de “Cidadão do Porto”, é seguramente Michael O’Leary o homem que transformou a companhia de aviação que Anthony Ryan fundou numa empresa altamente rentável e, ao mesmo tempo, numa ferramenta de promoção turística das regiões para onde voa e onde está mais implantada.
Desde o mês passado também a voar de e para Lisboa, a Ryanair passa agora a operar, em Portugal, nos aeroportos de Faro, Lisboa e Porto, aumentando o fluxo de passageiros de e para a capital portuguesa em mais 400 mil ano. Se Lisboa se transformar na terceira base da transportadora em Portugal, ou seja num dos aeroportos âncora da companhia, aquele crescimento será exponencial.
No Porto e em Faro, a Ryanair tem vindo a aumentar o tráfego de passageiros, alcançando em dez anos 71 rotas em aeroportos portugueses. Basta lembrar que é a única companhia a assegurar voos regulares diretos entre o Porto e Faro, numa verdadeira ponte aérea imbatível em preço, tempo e comodidade, mesmo considerando a concorrência rodoviária e ferroviária.
O Algarve, enquanto destino turístico de excelência, recebeu novos impulsos com a chegada da companhia aérea Ryanair, que liga várias cidades à capital algarvia, fenómeno ainda mais visível no Porto e em todo o Norte com a instalação no Aeroporto de Pedras Rubras de uma base da companhia cujo símbolo é uma mulher recriada a partir da carranca de um velho navio irlandês.
Ao apontar também para Lisboa – uma das mais famosas cidades europeias e uma das poucas, em todo o Mundo, cujo aeroporto é praticamente na baixa, – aquela imagem feminina que rasga os céus da Europa numa posição que sugere um instrumento musical de som suave e doce, irá seguramente impor-se como ferramenta fundamental para o incremento do turismo na capital portuguesa.
Esperemos que a justa sedução que uma cidade tão bela como a de Lisboa inevitavelmente exercerá sobre a companhia de referencia dos voos de baixo custo não faça esquecer as primeiras bases da Ryanair em Portugal, em especial a do Porto, cuja região tanto depende do impulso turístico que recebeu pelo aumento dos destinos diretos.
Na verdade, atribuir um título de confrade honorário da Confraria de Vinho do Porto ao CEO da Ryanair, Michael O’Leary, ou mesmo a Medalha de Honra da Cidade do Porto, em ouro, é um reconhecimento não só mais do que justo como também mais do que oportuno, tendo em conta a necessidade de manter vivo o interesse desse irlandês e da companhia que ele projetou neste nosso Norte.
As gentes do Norte, também famosas pela capacidade de reconhecer valor aos outros, irão, seguramente, fazer justiça a quem honra e glória – justiça lhe seja feita – tanto merece. Pelo menos por cá.
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com
Publicado no dia 09 de Dezembro de 2013 no Jornal i