A Histórina não se repete, muito menos em contextos históricos muito diferentes, mas a ideia de um Renascimento volta a estar na ordem do dia, por analogia com o período da História que marca a transição da Idade Média para a Idade Moderna, no campo das artes e das ciências, mas também no plano político e económico, com a transição do feudalismo para o capitalismo.

Não será uma ruptura tão evidente e profunda como a do Renascimento, mas importa encontrar novos paradigmas para as soluções que temos de aplicar se quisermos superar os momentos difíceis que estão a atingir a Europa, em particular a Zona Euro e na Zona Euro, os países do Sul, de economias menos competitivas.

As nossas exportações, em crescimento e em crescimento para fora da Europa, o que é positivo, são como as árvores e não crescem até ao céu. É pois, necessário, encontrar outras âncoras para um desenvolvimento sustentado, sem preconceitos ou ideias feitas e com lucidez suficiente para realmente sabermos aproveitar as nossas capacidades e até a riqueza que temos e soubemos construir.

Li, há dias, num artigo assinado por alguém que tem a obrigação profissional de reflectir sobre as questões económicas que nos afectam, a ideia de um investimento sério no imobiliário, capaz de alavancar a nossa Economia. O autor usa o termo construção, mas eu alargo o sector utilizando a palavra imobiliário que é, na minha opinião, mais abrangente e traduz melhor a nossa realidade neste campo.

O “renascimento” do imobiliário e da construção pode – e é bom que isso aconteça – passar pela capacidade que algumas das nossas principais empresas do sector possam ter no sentido de manterem a actividade para a qual estão vocacionadas e para qual possuem conhecimentos específicos, nomeadamente em países onde a Economia está a crescer. Isto é muito importante para estancar o desemprego neste sector, um desemprego que tende a ser de longa duração e de difícil regresso ao mercado de trabalho noutras áreas.

Mas a aposta no imobiliário tem de ser mais global e tem de passar pela Reabilitação Urbana dos centros das nossas principais cidades, condição indispensável para que Portugal possa “vender-se” no exterior como destino turístico de eleição que é, e não apenas no Verão e nas praias do Sul. Temos muito mais para oferecer e o imobiliário tem de estar no centro dessa oferta se quisermos que ela resulte.

Tudo isto implica um olhar global sobre o papel que reservamos para o nosso país a médio e a longo prazo, neste mundo de economias globalizadas. Com a firmeza de quem não baixa os olhos quando olhamos de frente problemas que, conjunturalmente, são difíceis de encarar mas que animicamente têm de ser realmente superados.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 16 de Dezembro de 2013 no Diário Económico

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