Em Paris, onde, há precisamente oito dias, participei na mesa redonda inaugural de um fórum sobre as oportunidades de negócios em Portugal, que marcou a abertura do primeiro salão do imobiliário português realizado na capital francesa, confirmei que o nosso imobiliário é, no contexto europeu, um bom destino para investimentos seguros. Só lhe falta ser corretamente divulgado e resistir à contaminação provocada por quem ainda aposta em desvalorizá-lo artificialmente.

Este esforço em repor a verdade sobre o nosso imobiliário é urgente e carece de incentivos bem mais eficazes. É que até alguns portugueses e luso descendentes que residem na Região de Paris, em percentagem relativamente significativa, pensam, por falta de informação rigorosa e completa, que o nosso imobiliário está em saldo e que se vende ao desbarato como peças salvadas de automóveis destruídos. Infelizmente e como também se viu em Paris, ainda há, entre nós, gente empenhada em vender esta ideia.

Preferindo, como sempre e sempre que possível, relevar os aspectos mais positivos, quando são verdadeiros, projeto nesta minha reflexão que ficou claro em Paris (e não exclusivamente pela minha intervenção no debate inicial) que o imobiliário português está livre de qualquer bolha, sendo potencialmente uma oportunidade de negócios para quem quer investir em segurança, nomeadamente para os investimentos que a crise nos mercados financeiros deixou órfãos.

Lembrando, como lembrei, citando um estudo independente internacional, que o preço do metro quadrado construído no centro de Lisboa (2213 euros) é seis vezes inferior ao preço do metro quadrado construído em Paris (13 380 euros), sendo um dos melhores binómios preço qualidade da Europa, apenas cumpri a minha obrigação de promover Portugal, mostrando o valor que realmente tem, sem ceder à tentação de o desvalorizar como que a confirmar a imagem pobre e triste que o estrangeiro, no passado, foi formando sobre o nosso país.

Como disse em Paris, o Portugal de hoje que também se retrata no sector imobiliário, é um país europeu que fica perto, um país seguro, que cultiva a hospitalidade e a aceitação dos outros, um país moderno muito diferente daquele “lugar típico e pobre” como outrora nos apresentamos e como alguns, por interesses particulares concretos, continuam apostados em fazer crer, mesmo sabendo que tal já não corresponde à verdade.

Luís Carvalho Lima

Presidente da APEMIP

luislima@apemip.pt

Publicado no dia 21 de setembro de 2012 no Diário de Notícias

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