O património imobiliário será uma imensa reserva nacional se houver mercado e se este funcionar. A oferta imobiliária já existente pode continuar a resolver problemas habitacionais dos portugueses, cativando investimentos nacionais e estrangeiros e até poupanças que aguardam aplicações certas e seguras.

Haverá sempre quem procure uma primeira solução habitacional – os adolescentes de hoje serão os adultos de amanhã. Também haverá sempre quem queira uma nova e mais adequada solução em matéria habitacional, o que potencialmente valoriza, num contexto de dificuldade de acesso ao crédito, o património construído.

Nesta perspectiva, a reabilitação urbana, em diálogo com o arrendamento urbano, é o caminho para o imobiliário pois oferece soluções alternativas quando há pouco crédito para aquisição de casa própria. Alguns proprietários, alguns investidores mais prudentes e até aforradores podem ter aqui um negócio seguro e justo.

A segurança que a nova legislação sobre arrendamento oferece vai no caminho certo mas não basta. Sem a clareza que uma taxa liberatória oferece, poucos proprietários e poucos investidores apostarão neste mercado e assim não haverá soluções para quem procura casa no arrendamento, nem dinamização do turismo residencial, nem captação de investimentos, nem aumento de receitas fiscais para o Estado.

E esta quebra será maior se não houver lucidez suficiente para se perceber que esticar a corda nos impostos sobre o património é fazer com que estes diminuam drasticamente, ao invés de soluções inteligentes como a da taxa libertória.

Luís Carvalho Lima

Presidente da APEMIP

luislima@apemip.pt

Publicado no dia 03 de setembro de 2012 no Jornal i

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